quarta-feira, 3 de março de 2010

Os cânticos do golpe começam a ser entoados




A direita encurralada escolhe sempre a mesma saída, o golpe. Alguns comentadores políticos já tinham lançado esta hipótese: uma vitória acachapante de Dilma empurra a direita para o golpe. Como qualquer golpe não acontece de um dia para o outro, mas é sempre precedido por uma campanha de mentiras que seduzem os conservadores e canalhas de plantão, a estratégia de se criar um demônio inexistente começa a ser feita. Assim planejam, lançam primeiro uma nuvem de fumaça (de mentiras e demonizacoes), depois tanques e a infantaria.
Mas vale lembrar que tanques e infantaria são apenas metáforas, um golpe hoje no Brasil provavelmente não se daria pelo braço dos militares, mas sim pelo “mandarinato” jurídico da nação e pela nossa gloriosa mídia, a qual começa a se articular.
Vejam o texto abaixo, mas não deixem as crianças lerem isso:

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/bia-barbosa-grande-midia-organiza-campanha-contra-candidatura-de-dilma/



Em seminário promovido pelo Instituto Millenium em SP, representantes dos principais veículos de comunicação do país afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia. Eles acreditam que se Dilma for eleita o stalinismo será implantado no Brasil. “Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, sentenciou Arnaldo Jabor.

por Bia Barbosa, em Carta Maior
Se algum estudante ou profissional de comunicação desavisado pagou os R$ 500,00 que custavam a inscrição do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Millenium, acreditando que os debates no evento girariam em torno das reais ameaças a esses direitos fundamentais, pode ter se surpreendido com a verdadeira aula sobre como organizar uma campanha política que foi dada pelos representantes dos grandes veículos de comunicação nesta segunda-feira, em São Paulo.
Promovido por um instituto defensor de valores como a economia de mercado e o direito à propriedade, e que tem entre seus conselheiros nomes como João Roberto Marinho, Roberto Civita, Eurípedes Alcântara e Pedro Bial, o fórum contou com o apoio de entidades como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANER (Associação Nacional de Editores de Revista), ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade). E dedicou boa parte das suas discussões ao que os palestrantes consideram um risco para a democracia brasileira: a eleição de Dilma Rousseff.
A explicação foi inicialmente dada pelo sociólogo Demétrio Magnoli, que passou os últimos anos combatendo, nos noticiários e páginas dos grandes veículos, políticas de ação afirmativa como as cotas para negros nas universidades. Segundo ele, no início de sua história, o PT abrangia em sua composição uma diversidade maior de correntes, incluindo a presença de lideranças social-democratas. Hoje, para Magnoli, o partido é um aparato controlado por sindicalistas e castristas, que têm respondido a suas bases pela retomada e restauração de um programa político reminiscente dos antigos partidos comunistas.
“Ao longo das quatro candidaturas de Lula, o PT realizou uma mudança muito importante em relação à economia. Mas ao mesmo tempo em que o governo adota um programa econômico ortodoxo e princípios da economia de mercado, o PT dá marcha ré em todos os assuntos que se referem à democracia. Como contraponto à adesão à economia de mercado, retoma as antigas idéias de partido dirigente e de democracia burguesa, cruciais num ideário anti-democrático, e consolida um aparato partidário muito forte que reduz brutalmente a diversidade política no PT. E este movimento é reforçado hoje pelo cenário de emergência do chavismo e pela aliança entre Venezuela e Cuba”, acredita. “O PT se tornou o maior partido do Brasil como fruto da democracia, mas é ambivalente em relação a esta democracia. Ele celebra a Venezuela de Chávez, aplaude o regime castrista em seus documentos oficiais e congressos, e solta uma nota oficial em apoio ao fechamento da RCTV”, diz.
A RCTV é a emissora de TV venezuelana que não teve sua concessão em canal aberto renovada por descumprir as leis do país e articular o golpe de 2000 contra o presidente Hugo Chávez, cujo presidente foi convidado de honra do evento do Instituto Millenium. Hoje, a RCTV opera apenas no cabo e segue enfrentando o governo por se recusar a cumprir a legislação nacional. Por esta atitude, Marcel Granier é considerado pelos organizadores do Fórum um símbolo mundial da luta pela liberdade de expressão – um direito a que, acreditam, o PT também é contra.
“O PT é um partido contra a liberdade de expressão. Não há dúvidas em relação a isso. Mas no Brasil vivemos um debate democrático e o PT, por intermédio do cerceamento da liberdade de imprensa, propõe subverter a democracia pelos processos democráticos”, declarou o filósofo Denis Rosenfield. “A idéia de controle social da mídia é oficial nos programas do PT. O partido poderia ter se tornado social-democrata, mas decidiu que seu caminho seria de restauração stalinista. E não por acaso o centro desta restauração stalinista é o ataque verbal à liberdade de imprensa e expressão”, completou Magnoli.
O tal ataque
Para os pensadores da mídia de direita, o cerco à liberdade de expressão não é novidade no Brasil. E tal cerceamento não nasce da brutal concentração da propriedade dos meios de comunicação característica do Brasil, mas vem se manifestando há anos em iniciativas do governo Lula, em projetos com o da Ancinav, que pretendia criar uma agência de regulação do setor audiovisual, considerado “autoritário, burocratizante, concentracionista e estatizante” pelos palestrantes do Fórum, e do Conselho Federal de Jornalistas, que tinha como prerrogativa fiscalizar o exercício da profissão no país.
“Se o CFJ tivesse vingado, o governo deteria o controle absoluto de uma atividade cuja liberdade está garantida na Constituição Federal. O veneno antidemocrático era forte demais. Mas o governo não desiste. Tanto que em novembro, o Diretório Nacional do PT aprovou propostas para a Conferência Nacional de Comunicação defendendo mecanismos de controle público e sanções à imprensa”, avalia o articulista do Estadão e conhecido membro da Opus Dei, Carlos Alberto Di Franco.
“Tínhamos um partido que passou 20 anos fazendo guerra de valores, sabotando tentativas, atrapalhadas ou não, de estabilização, e que chegou em 2002 com chances de vencer as eleições. E todos os setores acreditaram que eles não queriam fazer o socialismo. Eles nos ofereceram estabilidade e por isso aceitamos tudo”, lamenta Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, que faz questão de assumir que Fernando Henrique Cardoso está à sua esquerda e para quem o DEM não defende os verdadeiros valores de direita. “A guerra da democracia do lado de cá esta sendo perdida”, disse, num momento de desespero.
O deputado petista Antonio Palocci, convidado do evento, até tentou tranqüilizar os participantes, dizendo que não vê no horizonte nenhum risco à liberdade de expressão no Brasil e que o Presidente Lula respeita e defende a liberdade de imprensa. O ministro Hélio Costa, velho amigo e conhecido dos donos da mídia, também. “Durante os procedimentos que levaram à Conferência de Comunicação, o governo foi unânime ao dizer que em hipótese alguma aceitaria uma discussão sobre o controle social da mídia. Isso não será permitido discutir, do ponto de vista governamental, porque consideramos absolutamente intocável”, garantiu.
Mas não adiantou. Nesta análise criteriosa sobre o Partido dos Trabalhadores, houve quem teorizasse até sobre os malefícios da militância partidária. Roberto Romano, convidado para falar em uma mesa sobre Estado Democrático de Direito, foi categórico ao atacar a prática política e apresentar elementos para a teoria da conspiração que ali se construía, defendendo a necessidade de surgimento de um partido de direita no país para quebrar o monopólio progressivo da esquerda.
“O partido de militantes é um partido de corrosão de caráter. Você não tem mais, por exemplo, juiz ou jornalista; tem um militante que responde ao seu dirigente partidário (...) Há uma cultura da militância por baixo, que faz com que essas pessoas militem nos órgãos públicos. E a escolha do militante vai até a morte. (...) Você tem grupos políticos nas redações que se dão ao direito de fazer censura. Não é por acaso que o PT tem uma massa de pessoas que considera toda a imprensa burguesa como criminosa e mentirosa”, explica.
O “risco Dilma”
Convictos da imposição pelo presente governo de uma visão de mundo hegemônica e de um único conjunto de valores, que estaria lentamente sedimentando-se no país pelas ações do Presidente Lula, os debatedores do Fórum Democracia e Liberdade de Expressão apresentaram aos cerca de 180 presentes e aos internautas que acompanharam o evento pela rede mundial de computadores os riscos de uma eventual eleição de Dilma Rousseff. A análise é simples: ao contrário de Lula, que possui uma “autonomia bonapartista” em relação ao PT, a sustentação de Dilma depende fundamentalmente do Partido dos Trabalhadores. E isso, por si só, já representa um perigo para a democracia e a liberdade de expressão no Brasil.
“O que está na cabeça de quem pode assumir em definitivo o poder no país é um patrimonialismo de Estado. Lula, com seu temperamento conciliador, teve o mérito real de manter os bolcheviques e jacobinos fora do poder. Mas conheço a cabeça de comunistas, fui do PC, e isso não muda, é feito pedra. O perigo é que a cabeça deste novo patrimonialismo de estado acha que a sociedade não merece confiança. Se sentem realmente superiores a nós, donos de uma linha justa, com direito de dominar e corrigir a sociedade segundo seus direitos ideológicos”, afirma o cineasta e comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor. “Minha preocupação é que se o próximo governo for da Dilma, será uma infiltração infinitas de formigas neste país. Quem vai mandar no país é o Zé Dirceu e o Vaccarezza. A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”, alerta Jabor.
Para Denis Rosenfield, ao contrário de Lula, que ganhou as eleições fazendo um movimento para o centro do espectro político, Dilma e o PT radicalizaram o discurso por intermédio do debate de idéias em torno do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, lançado pelo governo no final do ano passado. “Observamos no Brasil tendências cada vez maiores de cerceamento da liberdade de expressão. Além do CFJ e da Ancinav, tem a Conferência Nacional de Comunicação, o PNDH-3 e a Conferência de Cultura. Então o projeto é claro. Só não vê coerência quem não quer”, afirma. “Se muitas das intenções do PT não foram realizadas não foi por ausência de vontades, mas por ausência de condições, sobretudo porque a mídia é atuante”, admite.
Hora de reagir
E foi essa atuação consistente que o Instituto Millenium cobrou da imprensa brasileira. Sair da abstração literária e partir para o ataque.
“Se o Serra ganhasse, faríamos uma festa em termos das liberdades. Seria ruim para os fumantes, mas mudaria muito em relação à liberdade de expressão. Mas a perspectiva é que a Dilma vença”, alertou Demétrio Magnoli.
“Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva”, disse Jabor, convocando os presentes para a guerra ideológica.
“Na hora em que a imprensa decidir e passar a defender os valores que são da democracia, da economia de mercado e do individualismo, e que não se vai dar trela para quem quer a solapar, começaremos a mudar uma certa cultura”, prevê Reinaldo Azevedo.
Um último conselho foi dado aos veículos de imprensa: assumam publicamente a candidatura que vão apoiar. Espera-se que ao menos esta recomendação seja seguida, para que a posição da grande mídia não seja conhecida apenas por aqueles que puderam pagar R$ 500,00 pela oficina de campanha eleitoral dada nesta segunda-feira.

22 comentários:

Brand Arenari disse...

tem mais aí: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/maringoni-forum-do-millenium-a-confecom-da-direita/

Anônimo disse...

falando no azenha...

ze dirceu admitiu ontem que recebeu mesmo a grana.

isso que eh foda no pt cara... se as liderancas fossem realmente contra ou nao soubessem da corrupcao, teriam exorcizado ze dirceu, silvinho land rover, delubio etc.

mas tudo bem... ainda eh o melhor que temos por ai.

desculpe se fugi do tema...

Brand Arenari disse...

Vc fugiu do tema mesmo, acho que o post sugere um debate sobre “o que é democracia?” e como a direita é anti-democrática, mas falou em algo relevante, falou sobre um debate que temos que encarar de frente, ou seja, sobre corrupção.
Convido a vc, deixar de ser anônimo (Não entendo o pq do anonimato neste caso) e iniciarmos um debate sobre corrupção, nós concedemos um espaço neste blog para vc postar um texto sobre isso e iniciarmos o debate.

Eu volto a dizer que a bandeira da luta contra a corrupção é em 99% dos casos um moralismo vazio que reduz e apequena o debate e a vida política, como é também a arma de quem não tem idéias e projetos para a cidade, estado ou país. Por isso é o único discurso da oposição no Brasil, simplesmente pq eles não tem projeto e idéias para o Brasil. Uma evidência disto é que o denuncismo vazio é a única pauta política do “garotismo” no deserto político de Campos.

Por isso é melhor falar de idéias do que de denúncias, senão ficam só denúncias contra as outras e uma estagnação de idéias.
Eu não vi a confirmação do recebimento de dinheiro do Dirceu, vc poderia mandar pra mim, quem sabe a gente post este texto do azenha e iniciamos o debate sobre corrupção?

Um abraço
E gostaria muito de saber o porquê de ser anônimo num comentário em que não se pode perder nada?

bill disse...

Acho o texto interessante porque mostra que tal evento conseguiu juntar a fina flor da oposição midiática ao Lula, aqueles que sempre argumentaram pobremente e sempre estiveram envolvidos com a oposição denuncista, ou seja,sem projeto de governo. Note que a lenga lenga é a mesma: já que não há crítica ao projeto econômico e social, criemos um fantasma ("um fantasma ronda o Brasil"). Ora, é uma piada chamar o Marcel Granier e tratá-lo como guru. Temos tanto Marcels por aqui... gastaram dinheiro à toa. Ok, o que mais essa gente tem é dinheiro, não é msmo?

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Brand Arenari, não estarei aqui comentando para evitar interfer com minha visão de ex-petista. Mas sinto que você está passando uma bola bonita.
É isso aí. Que peguem essa bola e façam um bonito jogo.

Um abraço,

Rosângela

Brand Arenari disse...

Assim como vc, muitos interpretam isso como o "canto do cisne", mas eu nao.
Eu vejo isso como uma forma de pavimentar a ideia de que caminhamos para uma ditadura comunista. Eram poucos os que estavam ali, mas com muito poder.
E o pior de td é o contra-senso. Em nome da democracia estavam reunidos os anti-democratas.
A verve golpista ( a comecar pela presenca do do da RCTV) estava mais que presente.
É preciso denunciá-los como inimigos da democracia.
Acho que seria ótimo criarmos um debate sobre o que é democracia.
Um abraco.

Brand Arenari disse...

Bill, a resposta acima é pra vc, esqueci de enderecar.

Brand Arenari disse...

Como disse o Roberto e o Xacal, vc nao tem jeito mesmo né Rosangela? Agora quer inventar que é perseguida por ser ex-petista? Mas uma de suas táticas de vitimizacao. O blog agradece muito o fato de vc não comentar mais aqui, ninguém aqui tem mais paciência com vc. Por favor não volte mais aqui, vc não é bem-vinda aqui.
Não perca seu tempo em comentar aqui, seus comentários serao deletados, se quiser falar mal da gente, ou discordar e falar qualquer merda, escreva no seu blog ou no de quem te aturar, mas aqui não. Digo isso para vc não criar uma ladainha de vitimizacao que é censurada, vc tem muito espaço em seu blog pra falar o que quiser e nos blogs de quem te aturar, mas repito, aqui não!!

Roberto Torres disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Roberto Torres disse...

A democracia e a liberdade que estes canalhas defendem é a democracia sem povo.

É muito curioso constatar que essa galera do instituto milenium sao os verdadeiros herdeiros (ou viúvos)do stalinismo e da guera fria. Sao eles que precisam disto pra viver.

Alguém deveria fazer uma sócio-análise deste tipo ex-comunista. Jabor, Reinaldo Azevedo e, aqui em Campos, o Marcelo Bessa, que se libertou do passado esquerdista gracas ao testemunho do mestre Reinaldo.

Brand Arenari disse...

Roberto, já que eles tanto dizem sobre rotação no poder ser um pilar da democracia ( para atacar Chaves, mas esquecem de Tatcher) e adoram dizer que democracia não é só voto, mas também liberdade de expressão, pq eles não propõem esta mesma rotatividade na concessão pública para as emissoras de TV ( as organizações globo está mais tempo no poder do que o Fidel)? Por que eles não dizem que numa democracia decente não pode existir monopólios da informação? Por que eles não dizem que nos EUA, Inglaterra e Franca é proibido que uma mesma pessoa seja dona de vários meios de comunicação como radio, TV e jornais, como é o caso das organizações Globo? Pq não dizem que na Alemanha tem uma emissora pública controlada pelo estado, e que está detem os direitos sobre os jogos de futebol e olímpicos que a globo quer monopolizar? O primeiro mundo é stalinista?
Por que não dizer que a democracia começa com a democratização da informação e que os monopólios que eles representam fazem parte da luta contra a democratização da informação, ou seja, são contra a democracia?????
As empresas ali representadas foram as que apoiaram o golpe e ainda apóiam golpes por aí, então, de quem devemos desconfiar? Do PT?
Aguardo as respostas dos conservadores de plantão.

douglas da mata disse...

A situação é grave. E não pela possibilidade desse cântico de lunáticos encorpar.

O que me preocupa, mais uma vez, é o que já debatemos aqui:

a desqualificação dos argumentos de uma direita espumante.

se por um lado, essa cantilena diminui a possibilidade dos conservadores erigirem qualquer projeto alternativo de poder, por outro, apresenta a justificativa para o endurecimento de nossas relações com esses lunáticos.

um exercício interessante para nós é resistir a tentação de acirrar o isolamento desses neofascitas.

mas isso seria um erro grave, e lhe daria o motivo para existirem.

lógico que isso não é um chamado a ingenuidade de ignorar o perigo que representam a democracia.

mas é preciso vigiar esses canalhas de perto, e ampliar a possibilidade deles vomitarem essas sandices em público.
isso cumpre um duplo objetivo:

expõe ao ridículo,
e nos avisa sobre o que andam maquinando.

mais um desafio de consolidar democracia.

até porque, paradoxalmente, alguns conceitos ali expressoa ainda estão latejando no ideário da população, como o mito da ineficiência do Estado, da liberdade de expressão como um valor absoluto em si e na crítica a militância político-partidária e aos partidos como um mal a democracia.

um abraço.

Claudio Kezen disse...

Honestamente, eu não vejo espaço para algum tipo de quartelada nesta altura do campeonato.

Aos trancos e barrancos, vamos construindo uma democracia que a meu ver está imune à este tipo de provocação e propaganda golpista.

Aém disso, crei não ser do interesse do capital internacional uma ditadura militar que tiraria o Brasil do eixo econômico neo-liberal adotado por FH e pavimentado por Lula, já que não seria inteligente trocar o certo pelo duvidoso.

Também acredito que o amadurecimento das entidades de classe e todas as instâncias que compõem a chamada sociedade organizada não aceitariam este estado de coisas, e apesar de existente, este discurso absurdo não teria uma penetração (*) importante na vida política do país.

De resto, acho saudável denunciar sempre este tipo de propaganda terrorista, mentirosa e oportunista.

Abraços.

Brand Arenari disse...

Acho que podemos tirar disto é também um debate sobre o que realmente é uma democracia.
Essa gente, e todos os conservadores que os apoiam, inclusive o "reinaldo azevedo" de Campos, tem uma idéia do que é democracia que de democrática nao tem nada.
Na verdade sao inimigos da democracia.
Um abraco a todos e obrigado pela visita e comentário Cláudio.

bill disse...

A questão é que estes arroubos a meu ver não ganham mais força, Brand. Há outras possibilidades de intervenção e bloqueio dos avanços na democratização dos meios de comunicação, não com quem eles juntaram naquele covil e da forma como fizeram. Não acho que o caso seja de busca de nova quartelada, concordo com o colega acima. A questão, penso, é começar a mobilizar a militância pró-serra, e a imprensa cumpre um papel fundamental nisso. A partir de agora, ano eleitoral, estes setores conservadores mobilizarão as armas para a campanha. E outras virão.

abraço.

Roberto Torres disse...

Acho que douglas tem razao. A possibilidade deles se armarem em público é nossa arma. E por isso o tema da democracia como "valor universal" nos é caro, como certa tradicao intelectual do pt, e fora do pt (inspirada em Gramsci),SEMPRE defendeu.

É no debate sobre democracia que somos mais fortes, como ja disse Brand. Se o PIG quiser este debate melhor para nós, sobretudo, penso eu, porque agora este debate pode envolver o público disputado entre mídia e lulismo - onde estamos vencendo.

A luta para ver qual discurso sobre liberdade e igualdade ganha adesao e participacao da tal "nova classe média". E nesta disputa eu acho que o liberalismo político ainda é uma fonte poderosa contra eles, porque o cerne do pensamento deles é o liberalismo economico.

O liberalismo político, ora, é abracado pelo PT quando se definiu por um "socialismo democrático" e se diferenciou da tradicao soviética.

Djamilla Olivério disse...

Olá a todos!

Vocês têm razao ao dizerem que movimentos ideologógicos golpistas ainda sao uma erva daninha perigosa em nossa sociedade e que precisamos saber como combatê-la.

A "mídia independente" tem um papel importante para se opor específicamente por este canto cantado pela mídia dominante, no que tange à questionar as reais intencoes por detrás das notícias veiculadas por estas.

O debate neste ano principalmente é importante porque dele se unificará o nosso canto. Que é democrático e que engole o canto golpista.

Brand Arenari disse...

Olhem isso minha gente:
Globo e Estadão sugerem que governo do PT ameaça a liberdade de imprensa

3/3/2010

Da Redação

Em editoriais publicados nesta quarta-feira (03/03), os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo sugerem que o governo do Partido dos Trabalhadores pode ser uma ameaça à liberdade de imprensa. “Enquanto Lula estiver no governo, as ameaças à liberdade de imprensa parecem controladas. Mas o que poderá acontecer se outro nome do PT ocupar a Presidência da República?”, questiona o Estadão.

Ambos os textos seguem a mesma linha, citando problemas enfrentados por veículos de comunicação em outros países da América Latina, como Argentina, Equador e Venezuela.

Os textos também citam a defesa da liberdade de imprensa que o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, fizeram durante o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, que aconteceu em São Paulo no início da semana.

“(…) tem importância e merece aplausos a posição do ministro e do deputado do PT. Mas como o governo é multifacetado, a guarda não pode ser abaixada na defesa das liberdades”, diz O Globo.”

Brand Arenari disse...

Meu pai e minha mae nao leem blogs, só usam a internet para falar comigo no skype.
Fora isso sao assinantes do globo, eles e muitos.
E entao?

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...
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Djamilla Olivério disse...

Pois é, Brand,

a questao de como alcancar às pessoas das geracoes mais velhas que as nossas é um problema. Mas "mídia independente" nao funciona apenas ateravés da internet, mas infelizmente também tem curto alcance.

Reconheco que pela velocidade com que as informacoes circulam fica muito difícil demonstrar as pretencoes nefastas golpistas da mídia sem a internet.

Entretanto, sao as nossas geracoes e as mais novas que essa mídia através da internet pode aos poucos influenciar. É isso que eu espero, pelo menos, principalmente com a política do governo cobrir o território nacional com internet.

O fato é que a mesma ferramenta que os golpistas usam, também usamos e muitos blogs como o outros campos têm um papel importante para atrair gente para o debate e formar opiniao.

O declínio de público da rede globo nos últimos anos (apesar de a emissora continuar com grande alcance), associado com o declínio dos jornais, revelam que os telespectadores nao sao o Hommer Simpson.

Eu acredito que isso revela a percepcao de muitos homens e mulheres comuns, que nao tem nenhum envolvimento político, que muitas coisas que sao passadas nos jornais nao sao compatíveis com o que eles de fato vivenciam. Eu percebo isso muito nos meus tios e amigos da de casa. O que eles nao sabem é o verdadeiro jogo por detrás das notícias que ele leu, ou ouviu.

Uma prova disso foi a reeleicao de Lula, mesmo depois "do escandalo" (golpe) do Mensalao.

ABS

Marcelo Bessa disse...

Roberto:
agradeço se você puder me deixar quietinho no meu canto - de preferência sem se referir à minha pessoa - como eu faço em relação a você.
Será que pedi demais?
OBS: não vim questionar nem discordar de nada: só fiz o comentário porque meu nome foi citado.