por Pepe Escobar, no Asia Times Online, tradução de Caia Fittipaldi
Imaginem se fossem comandos mascarados iranianos, atacando uma frota multinacional de seis barcos carregados com materiais de ajuda humanitária, em águas internacionais. EUA, União Europeia e Israel, fariam desabar uma avalanche apocalíptica de “choque e horror” sobre o Irã.
Em vez disso, foram israelenses mascarados; e perpetraram um golpe de diplomacia-de-assalto e assassinato na calada da noite – de ‘autodefesa’ –, em águas internacionais, a cerca de 130 km do litoral de Gaza.
E se fossem piratas da Somália? Não, não. São piratas israelenses, combatendo nebulosos “terroristas” muçulmanos. E pouco importa que a opinião pública no mundo árabe, os turcos, a Europa e todos os países em desenvolvimento estejam furiosos. E daí, que estejam furiosos? Israel sempre se safa, mesmo quando comete – como os turcos estão dizendo – “assassinatos” (e também quando pratica atos de “terrorismo de Estado”, nas palavras do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan da Turquia).
Cenas filmadas no convés do barco turco “Mavi Marmara” – que estão rodando o mundo, mas são quase invisíveis nas redes norte-americanas – não permitem qualquer dúvida sobre o que aconteceu. Comandos vestidos de negro, em trajes à prova de bala, armados até os dentes, israelenses, claro, abordaram o comboio de barcos em infláveis de alta velocidade, detonaram granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo e atiraram a esmo, munição real, contra tudo o que viam –, e um helicóptero militar sobrevoava os barcos. A certa altura, ouve-se o comandante turco do Marmara dizer, em inglês: “Ninguém tente qualquer resistência. Estão armados com munição [real].”
Ah, a “resistência”… A agência Debka, de fato, agência-máquina de distribuir falsas notícias, comandada pelo centro de inteligência digital do governo de Israel, descreveu os ativistas que viajavam como “armados com bombas, granadas de efeito moral, vidro quebrado, estilingues, barras de ferro, machadinhas e facas.” E para os comandos israelenses? Sobrou o quê? Pistolinhas de paintball?
E aí está – Monty Python mais um vez, tragicamente remixed para o século 21. As mais bem treinadas “forças especiais” do planeta, assaltam um barco no meio do mar, no meio da noite; e só queriam “conversar”. Mas foram atacados por um bando de terroristas armados com machadinhas e facas, num barco turco, abarrotado de remédios, sacos de cimento, material escolar, comida, purificadores de água, brinquedos – para 1,5 milhões de gazenses que estão morrendo morte lenta sob bloqueio de Israel já há três anos… porque elegeram democraticamente um governo do Hamás.
A agência Debka lamenta, só, que o exército de Israel [ing. Israel Defense Forces (IDF)] – “famoso pela capacidade no campo da eletrônica militar de inovação” – não tenha conseguido impedir a distribuição de sinais eletrônicos, de forma que continuaram a jorrar, dos barcos, texto e imagens enviadas de dentro. Melhor seria, comenta a Debka, que o mundo nada visse. A Debka também lamentou que o ataque tenha ocorrido em águas internacionais: “a zona de bloqueio começa a 20 milhas náuticas de Gaza. Acontecesse ali, seria mais fácil justificar a abordagem.” Obviamente, sabem que Israel não tem qualquer direito, pela lei internacional, nem dentro das tais 20 milhas náuticas, que são território de Gaza, sob ocupação ilegal de Israel.
“Estamos sofrendo muito…”
Ninguém suplanta Israel, em matéria de duplifalar a língua orwelliana do “guerra-é-paz”. Não só os comandos terroristas israelenses foram apresentados como vítimas.
Todo o mundo está sendo alvo, hoje, de um black-out de notícias, orquestrado por Israel. Ninguém sabe com certeza quantos civis morreram (nove, 19 ou 20? A maioria turcos? Talvez dois argelinos? Algum norte-americano ou europeu?) Ninguém sabe se tinham ou não tinham “armas”. Ninguém sabe em que momento os comandos israelenses perderam a cabeça, enlouqueceram e puseram-se a atirar contra tudo e todos (há testemunhas que falam de pessoas assassinadas nas próprias camas, dormindo).
Todos os passageiros, várias centenas, que viajavam nos barcos – muçulmanos, cristãos, diplomatas, funcionários de organizações não-governamentais, jornalistas – foram, de fato, sequestrados pelos comandos israelenses. Ninguém sabe exatamente onde estão.
No rádio, só estática. Hoje, só alguns milhares de “porta-vozes” de Israel controlam toda a informação, em todo o mundo.
Nas palavras de Avital Liebovitch, porta-voz do exército de Israel, chamando a atenção para a felicidade que foi os comandos estarem lá “com aquelas armas” para se defenderem! (Em Israel, hoje, estão sendo saudados como “bravos heróis”).
E por aí vai, a novilíngua de Israel. “Terroristas” do Hamás vestidos como pessoas comuns, ocuparam aqueles barcos e acorreram às praças no mundo, só para aparecerem na televisão como “manifestantes” em “manifestações” internacionais. Nos barcos, usaram outros manifestantes como escudos humanos. E abriram fogo contra os comandos mascarados israelenses.
Assessor do ministro dos Negócios Exteriores Daniel Ayalon, por exemplo, disse que o comboio é “uma armada movida a ódio e violência, a serviço da al-Qaeda”. Como se o Hamás e a al-Qaeda tivessem mudado de ramo e, agora, ganhassem a vida no contrabando de cimento, suco de laranja e brinquedos chineses.
Absolutamente não importa, em nenhuma das versões israelenses, que a Organização Mundial da Saúde, em relatório recente, tenha insistido em que Gaza, hoje – por causa do bloqueio israelense e ilegal que a frotilha tentava romper – está a caminho da pobreza absoluta, desemprego absoluto, absoluta falta de remédios e equipamentos médicos e está, literalmente, sendo assassinada, morta por fome; não menos de 10% dos gazenses, a maioria crianças, estão fisicamente condenadas a não crescer normalmente, por efeito da desnutrição.
Os comandos mascarados israelenses que assaltaram os barcos estavam, ali, defendendo o bloqueio ilegal de Gaza. Trata-se disso.
Judeus progressistas, vivam onde viverem, são os primeiros a admitir que a Israel de hoje vive sob governo de extrema-direita, paranoicos, convencidos de que são vítimas de uma guerra global de propaganda. Por isso a eterna sempre mesma mensagem dirigida ao mundo – convenientemente envelopada em dólares dos contribuintes norte-americanos. Calem a boca! Shut up. As vítimas somos nós! Nós sempre somos as vítimas. E quem não concorda é antissemita.
O bobo na Colina
Para felicidade de Israel, sempre há a terra pátria original da liberdade, terra de bravos. Só grandes fatias da população dos EUA, hoje, estão clamando por sanções contra o Irã e a RPDC, ao mesmo tempo em que fecham os olhos para o genocídio em que Israel trabalha, metodicamente, dia após dia, no Gulag israelense.
E só há um local, em todo o planeta, onde ainda há quem creia na narrativa vitimária de Israel (“somos as vítimas! Os judeus sempre são as vítimas!”) – vítimas, os israelenses, de uma frota de ativistas desarmados. Esse único local do mundo onde essa mentira ‘cola’ é o Congresso dos EUA. O Departamento de Estado dos EUA, em nota oficial, praticamente já processou, julgou e condenou os militantes pacifistas.
Quanto ao presidente Barack Obama dos EUA, até aqui se manteve tão mudo e invisível (imobilizado? Embaraçado? Assustado?) quanto nas primeiras semanas do vazamento do petróleo da BP no Golfo do México. A Casa Branca, de produção própria, só conseguiu “lamentar muito as mortes”. E nada disse contra Israel.
O israelense-em-chefe dentro da Casa Branca, Rahm Emanuel, em visita a Israel semana passada, convidara o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a visitar Obama, para fazer as pazes com Obama. O convescote estava previsto para essa 4ª-feira. Ontem, 2ª-feira, Netanyahu cancelou a viagem.
Diz-se em Washington que Obama, agora, esquecerá a questão das novas construções exclusivas para judeus na Cisjordânia e as abomináveis condições em que vivem os palestinos no Gulag de Gaza, tudo esquecido para sempre, em troca de um dinheiro extra, crucialmente necessário para que os Democratas vençam as eleições legislativas de novembro próximo. Obama esquece, e os doadores judeus metem a mão no bolso. Depois do massacre da madrugada da 2ª-feira, não há dúvidas de que o dinheiro aparecerá: basta que Obama não ultrapasse o limite da lamentação de mortes, e pronto.
Mais uma vez, Obama – pobre Obama, infeliz Obama! – é emasculado, tratado como satrapa de República de Bananas; e Netanyahu canta-de-galo, patético travesti da música Macho-macho-man, do [grupo] The Village People.
Dado que os barcos da frota humanitária viajavam sob bandeiras turca, grega e irlandesa, os comandos israelenses, de fato, atacaram um microcosmo-amostra da verdadeira “comunidade internacional” de carne e osso e sangue. – Netanyahu está sossegado, certo de que, mais uma vez, Israel se safará.
Presidente, presidente… Como é fazer o papel de bobo da Colina em Washington?
E quanto a nós, o resto do mundo, como é, fazermos também nós o papel de bobos da Colina – exceto países que, como Brasil, Rússia, Índia e China, mais Turquia, França e Espanha, podem manifestar-se livre e claramente, com horror, sobre o assalto israelense?
Há algo que podemos fazer – possibilidade que já se discute em algumas poucas latitudes: boicotar produtos israelenses, ou impor sanções a Israel. Ferir a economia deles. Isolá-los diplomaticamente. Se, para a maioria dos israelenses, todo o mundo é seu inimigo – governos, organizações, ONGs, agências de socorro humanitário, opinião pública – porque não os fazer experimentar o próprio remédio?
Imaginem se fossem comandos mascarados iranianos, atacando uma frota multinacional de seis barcos carregados com materiais de ajuda humanitária, em águas internacionais. EUA, União Europeia e Israel, fariam desabar uma avalanche apocalíptica de “choque e horror” sobre o Irã.
Em vez disso, foram israelenses mascarados; e perpetraram um golpe de diplomacia-de-assalto e assassinato na calada da noite – de ‘autodefesa’ –, em águas internacionais, a cerca de 130 km do litoral de Gaza.
E se fossem piratas da Somália? Não, não. São piratas israelenses, combatendo nebulosos “terroristas” muçulmanos. E pouco importa que a opinião pública no mundo árabe, os turcos, a Europa e todos os países em desenvolvimento estejam furiosos. E daí, que estejam furiosos? Israel sempre se safa, mesmo quando comete – como os turcos estão dizendo – “assassinatos” (e também quando pratica atos de “terrorismo de Estado”, nas palavras do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan da Turquia).
Cenas filmadas no convés do barco turco “Mavi Marmara” – que estão rodando o mundo, mas são quase invisíveis nas redes norte-americanas – não permitem qualquer dúvida sobre o que aconteceu. Comandos vestidos de negro, em trajes à prova de bala, armados até os dentes, israelenses, claro, abordaram o comboio de barcos em infláveis de alta velocidade, detonaram granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo e atiraram a esmo, munição real, contra tudo o que viam –, e um helicóptero militar sobrevoava os barcos. A certa altura, ouve-se o comandante turco do Marmara dizer, em inglês: “Ninguém tente qualquer resistência. Estão armados com munição [real].”
Ah, a “resistência”… A agência Debka, de fato, agência-máquina de distribuir falsas notícias, comandada pelo centro de inteligência digital do governo de Israel, descreveu os ativistas que viajavam como “armados com bombas, granadas de efeito moral, vidro quebrado, estilingues, barras de ferro, machadinhas e facas.” E para os comandos israelenses? Sobrou o quê? Pistolinhas de paintball?
E aí está – Monty Python mais um vez, tragicamente remixed para o século 21. As mais bem treinadas “forças especiais” do planeta, assaltam um barco no meio do mar, no meio da noite; e só queriam “conversar”. Mas foram atacados por um bando de terroristas armados com machadinhas e facas, num barco turco, abarrotado de remédios, sacos de cimento, material escolar, comida, purificadores de água, brinquedos – para 1,5 milhões de gazenses que estão morrendo morte lenta sob bloqueio de Israel já há três anos… porque elegeram democraticamente um governo do Hamás.
A agência Debka lamenta, só, que o exército de Israel [ing. Israel Defense Forces (IDF)] – “famoso pela capacidade no campo da eletrônica militar de inovação” – não tenha conseguido impedir a distribuição de sinais eletrônicos, de forma que continuaram a jorrar, dos barcos, texto e imagens enviadas de dentro. Melhor seria, comenta a Debka, que o mundo nada visse. A Debka também lamentou que o ataque tenha ocorrido em águas internacionais: “a zona de bloqueio começa a 20 milhas náuticas de Gaza. Acontecesse ali, seria mais fácil justificar a abordagem.” Obviamente, sabem que Israel não tem qualquer direito, pela lei internacional, nem dentro das tais 20 milhas náuticas, que são território de Gaza, sob ocupação ilegal de Israel.
“Estamos sofrendo muito…”
Ninguém suplanta Israel, em matéria de duplifalar a língua orwelliana do “guerra-é-paz”. Não só os comandos terroristas israelenses foram apresentados como vítimas.
Todo o mundo está sendo alvo, hoje, de um black-out de notícias, orquestrado por Israel. Ninguém sabe com certeza quantos civis morreram (nove, 19 ou 20? A maioria turcos? Talvez dois argelinos? Algum norte-americano ou europeu?) Ninguém sabe se tinham ou não tinham “armas”. Ninguém sabe em que momento os comandos israelenses perderam a cabeça, enlouqueceram e puseram-se a atirar contra tudo e todos (há testemunhas que falam de pessoas assassinadas nas próprias camas, dormindo).
Todos os passageiros, várias centenas, que viajavam nos barcos – muçulmanos, cristãos, diplomatas, funcionários de organizações não-governamentais, jornalistas – foram, de fato, sequestrados pelos comandos israelenses. Ninguém sabe exatamente onde estão.
No rádio, só estática. Hoje, só alguns milhares de “porta-vozes” de Israel controlam toda a informação, em todo o mundo.
Nas palavras de Avital Liebovitch, porta-voz do exército de Israel, chamando a atenção para a felicidade que foi os comandos estarem lá “com aquelas armas” para se defenderem! (Em Israel, hoje, estão sendo saudados como “bravos heróis”).
E por aí vai, a novilíngua de Israel. “Terroristas” do Hamás vestidos como pessoas comuns, ocuparam aqueles barcos e acorreram às praças no mundo, só para aparecerem na televisão como “manifestantes” em “manifestações” internacionais. Nos barcos, usaram outros manifestantes como escudos humanos. E abriram fogo contra os comandos mascarados israelenses.
Assessor do ministro dos Negócios Exteriores Daniel Ayalon, por exemplo, disse que o comboio é “uma armada movida a ódio e violência, a serviço da al-Qaeda”. Como se o Hamás e a al-Qaeda tivessem mudado de ramo e, agora, ganhassem a vida no contrabando de cimento, suco de laranja e brinquedos chineses.
Absolutamente não importa, em nenhuma das versões israelenses, que a Organização Mundial da Saúde, em relatório recente, tenha insistido em que Gaza, hoje – por causa do bloqueio israelense e ilegal que a frotilha tentava romper – está a caminho da pobreza absoluta, desemprego absoluto, absoluta falta de remédios e equipamentos médicos e está, literalmente, sendo assassinada, morta por fome; não menos de 10% dos gazenses, a maioria crianças, estão fisicamente condenadas a não crescer normalmente, por efeito da desnutrição.
Os comandos mascarados israelenses que assaltaram os barcos estavam, ali, defendendo o bloqueio ilegal de Gaza. Trata-se disso.
Judeus progressistas, vivam onde viverem, são os primeiros a admitir que a Israel de hoje vive sob governo de extrema-direita, paranoicos, convencidos de que são vítimas de uma guerra global de propaganda. Por isso a eterna sempre mesma mensagem dirigida ao mundo – convenientemente envelopada em dólares dos contribuintes norte-americanos. Calem a boca! Shut up. As vítimas somos nós! Nós sempre somos as vítimas. E quem não concorda é antissemita.
O bobo na Colina
Para felicidade de Israel, sempre há a terra pátria original da liberdade, terra de bravos. Só grandes fatias da população dos EUA, hoje, estão clamando por sanções contra o Irã e a RPDC, ao mesmo tempo em que fecham os olhos para o genocídio em que Israel trabalha, metodicamente, dia após dia, no Gulag israelense.
E só há um local, em todo o planeta, onde ainda há quem creia na narrativa vitimária de Israel (“somos as vítimas! Os judeus sempre são as vítimas!”) – vítimas, os israelenses, de uma frota de ativistas desarmados. Esse único local do mundo onde essa mentira ‘cola’ é o Congresso dos EUA. O Departamento de Estado dos EUA, em nota oficial, praticamente já processou, julgou e condenou os militantes pacifistas.
Quanto ao presidente Barack Obama dos EUA, até aqui se manteve tão mudo e invisível (imobilizado? Embaraçado? Assustado?) quanto nas primeiras semanas do vazamento do petróleo da BP no Golfo do México. A Casa Branca, de produção própria, só conseguiu “lamentar muito as mortes”. E nada disse contra Israel.
O israelense-em-chefe dentro da Casa Branca, Rahm Emanuel, em visita a Israel semana passada, convidara o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a visitar Obama, para fazer as pazes com Obama. O convescote estava previsto para essa 4ª-feira. Ontem, 2ª-feira, Netanyahu cancelou a viagem.
Diz-se em Washington que Obama, agora, esquecerá a questão das novas construções exclusivas para judeus na Cisjordânia e as abomináveis condições em que vivem os palestinos no Gulag de Gaza, tudo esquecido para sempre, em troca de um dinheiro extra, crucialmente necessário para que os Democratas vençam as eleições legislativas de novembro próximo. Obama esquece, e os doadores judeus metem a mão no bolso. Depois do massacre da madrugada da 2ª-feira, não há dúvidas de que o dinheiro aparecerá: basta que Obama não ultrapasse o limite da lamentação de mortes, e pronto.
Mais uma vez, Obama – pobre Obama, infeliz Obama! – é emasculado, tratado como satrapa de República de Bananas; e Netanyahu canta-de-galo, patético travesti da música Macho-macho-man, do [grupo] The Village People.
Dado que os barcos da frota humanitária viajavam sob bandeiras turca, grega e irlandesa, os comandos israelenses, de fato, atacaram um microcosmo-amostra da verdadeira “comunidade internacional” de carne e osso e sangue. – Netanyahu está sossegado, certo de que, mais uma vez, Israel se safará.
Presidente, presidente… Como é fazer o papel de bobo da Colina em Washington?
E quanto a nós, o resto do mundo, como é, fazermos também nós o papel de bobos da Colina – exceto países que, como Brasil, Rússia, Índia e China, mais Turquia, França e Espanha, podem manifestar-se livre e claramente, com horror, sobre o assalto israelense?
Há algo que podemos fazer – possibilidade que já se discute em algumas poucas latitudes: boicotar produtos israelenses, ou impor sanções a Israel. Ferir a economia deles. Isolá-los diplomaticamente. Se, para a maioria dos israelenses, todo o mundo é seu inimigo – governos, organizações, ONGs, agências de socorro humanitário, opinião pública – porque não os fazer experimentar o próprio remédio?
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