Em virtude do espantoso impacto dos blogs, (vide a reação de importantes instituições como câmara de vereadores, imprensa formal e outros) tem-se nas últimas semanas discutido muito sobre qual é o papel e a função dos blogs na vida social e política. Não vou me arrogar aqui dizer o que os blogs devem ser, até porque acho que eles podem e devem ser coisas muito diversas em relação a propostas e conteúdos, apenas quero pontuar sobre a legitimidade da vertente crítica entre os blogs.
Como primeiro ponto, é importante esclarecer o valor da crítica como elemento genuinamente transformador da realidade, seja esta “realidade” coletiva ou individual, externa ou interna. É através dela (a crítica) que podemos desvelar o universo de idéias que sustentam nossas certezas sobre o mundo e sobre nós, e assim, estão abertas as portas para a transformação e desenvolvimento da personalidade e do mundo como um todo. Como nos diz sua etimologia, a função da crítica é a instauração da crise, e a crise gera sempre o conflito, e o conflito, quando “vencido”, transforma-se em superação e em desenvolvimento. O pólo oposto da crise é a estagnação, o marasmo.
Isso nos mostra que a tríade crítica-crise-conflito faz parte da dinâmica da vida, são como deuses que se impõem frente a nós, pobres mortais. E a história nos ensina que, a atitude mais prudente que os homens devem ter em relação aos deuses é venerá-los no culto, porque caso isso não ocorra, a vingança deles contra nós será implacável. Seguindo esta metáfora, podemos pensar que, se tornar avesso a crítica, negando a existência e o valor do conflito (recalcando-o) é o caminho menos adequado a seguir.
E esse caminho é o que vem sendo tomado pelos conservadores, medrosos, cínicos e covardes de toda ordem que se afeiçoam ao marasmo e a estagnação, seja por covardia ou porque se locupletam de alguma forma desta situação. Através de uma canalhice travestida de “bom mocismo”, querem “higienizar” a esfera pública e a “blogsfera” eliminando a crítica e o conflito, para assim, eliminar a possibilidade de transformação social, o que implicaria no fim de seus privilégios. Deslegitimam a atividade crítica como se essa fosse obra de desocupados, que carecem de polidez necessária a esfera pública, por isso lhes caberia o rótulo de destemperados. Procuram associar a crítica a “faniquitos”, a esperneio infantil. Quanto a estes, o que inclui também os “blogueiros de coleira”, só me resta parafrasear meu amigo Roberto Torres: “Nenhuma tolerância! Nenhuma flexibilidade!”.
Como primeiro ponto, é importante esclarecer o valor da crítica como elemento genuinamente transformador da realidade, seja esta “realidade” coletiva ou individual, externa ou interna. É através dela (a crítica) que podemos desvelar o universo de idéias que sustentam nossas certezas sobre o mundo e sobre nós, e assim, estão abertas as portas para a transformação e desenvolvimento da personalidade e do mundo como um todo. Como nos diz sua etimologia, a função da crítica é a instauração da crise, e a crise gera sempre o conflito, e o conflito, quando “vencido”, transforma-se em superação e em desenvolvimento. O pólo oposto da crise é a estagnação, o marasmo.
Isso nos mostra que a tríade crítica-crise-conflito faz parte da dinâmica da vida, são como deuses que se impõem frente a nós, pobres mortais. E a história nos ensina que, a atitude mais prudente que os homens devem ter em relação aos deuses é venerá-los no culto, porque caso isso não ocorra, a vingança deles contra nós será implacável. Seguindo esta metáfora, podemos pensar que, se tornar avesso a crítica, negando a existência e o valor do conflito (recalcando-o) é o caminho menos adequado a seguir.
E esse caminho é o que vem sendo tomado pelos conservadores, medrosos, cínicos e covardes de toda ordem que se afeiçoam ao marasmo e a estagnação, seja por covardia ou porque se locupletam de alguma forma desta situação. Através de uma canalhice travestida de “bom mocismo”, querem “higienizar” a esfera pública e a “blogsfera” eliminando a crítica e o conflito, para assim, eliminar a possibilidade de transformação social, o que implicaria no fim de seus privilégios. Deslegitimam a atividade crítica como se essa fosse obra de desocupados, que carecem de polidez necessária a esfera pública, por isso lhes caberia o rótulo de destemperados. Procuram associar a crítica a “faniquitos”, a esperneio infantil. Quanto a estes, o que inclui também os “blogueiros de coleira”, só me resta parafrasear meu amigo Roberto Torres: “Nenhuma tolerância! Nenhuma flexibilidade!”.
7 comentários:
"Morte aos infiéis"...rsrs...
Corretíssimo,
arriscaria a dizer(com minha colher suja e desocupada) que a crítica é sempre um bem público, enquanto o marasmo, a assepsia, a "neutralidade" é sempre uma tentativa privada de intervenção e domínio, tanto de sua própria relação com o mundo, quanto uma tentativa de controle sobre a percepção que essa esfera coletiva(senso público)tem de você, ou de sua entidade...
é mais ou menos isso...
um abraço...
e lembrem-se das palavras do mulá xacal abdula mutadra al sadri, líder fundamentalista dos ateus desocupados:
"Em caso de emergência, puxe o pino da granada que trazes consigo, e abraça-te ao teu inimigo...
Na internet, coelhos reproduzem muito mais rápidos que elefantes....
E no fim das contas, o que nos interessa é a preservação da espécie, e não do indivíduo..."
(in, arte da guerrilha na internet, sadri, mulá xacal, 2009)
rsrsrs....
Endossado Brand, vivemos numa era onde a sociologia tenta implantar um paradigma de que este é o mundo dos acordos, o que na esfera publica brasileira apenas reforça o ideal de brasilidade, avesso ao conflito. neste contexto toda crítica é sinonimo de raivosa e fechamento ao dialogo, quando na verdade o verdadeiro diálogo é o que está aberto a ser ferido pela critica alheia. grande texto
A foto diz tudo! Manera!
"Toda unanimidade é burra"...Perfeito post.Adorei!!
Belo texto Brand. Somente a crítica pode explicitar os interesses e somente a crítica pode explicitar o interesse dos críticos. Também concordo que em defini-la como um bem público e sua desvalorizacao é correlata com a desvalorizacao de tudo que seja também público.
Imagino ser dessa forma, mesmo, equipe redatora do "Outros Campos", parabéns para vocês e a rede blog. Na sua maioria a crítica acirrada e bastante construtiva, aos poucos, parece que caminha deve ser o mesmo, banir, exterminar esses canalhocratas que enveredam pela vida pública, como se fosse um privada. Avante Rede Blog, precisamos incentivar que outros, muitos outros, mesmo com pensamentos diferentes, retomemos a nossa capacidade de nos indignar, de reclamar, de impedir, de substituir. Na nossa cara esses corruptos e corruptores não merecem ficar sozinhos com a maior parte de um tudo que deve ser para todos, com a melhor comida, com o melhor abrigo. São indignos, a maioria deles de ostentarem suas cabines duplas, seus hapy hours em tardes e noites nababescas no baixo pelinca, ao custo e às custas de uma população que corre atrás de um pão seco, de um trabalho que não existe, em uma vida que quase nada vale.
Caro Felix, essa capacidade de indignar-se é o que temos que nutrir, recuperar, difundir. Muito aportuno seu recado!
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