sexta-feira, 8 de maio de 2009

A UENF sobreviverá ao governo Lula?*


Assim como uma série de áreas do governo Lula, a política para as instituições técnicas e superiores de educação de seu governo é mais uma goleada humilhante no governo do seu antecessor, o emérito sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Durante os 8 anos de FHC, as universidades públicas federais estiveram a míngua: sem verbas, salários defasados, baixo investimento em pesquisa e etc, num claro apoio a privatização paulatina do ensino superior. O governo Lula fez o oposto, a expansão das universidades e do incentivo a pesquisa no seu governo são impressionantes. Isso fica claro na criação das universidades técnicas, como também da valorização dos professores (aumento de salários e de vagas), aumento do número e também do valor das bolsas de incentivo a pesquisa (coisa que jamais aconteceu no 8 anos de FHC). O resultado disso são números não menos impressionantes:

O país apresentou, entre 2007 e 2008, o maior crescimento entre as demais nações: passou de pouco mais de 19 mil para cerca de 30 mil artigos publicados em periódicos científicos indexados. Ultrapassou a Rússia e a Holanda e chegou a 13º melhor produtor de conhecimento do mundo, contribuindo com 2,12% dos artigos de 183 países. “É o maior crescimento da história do país, um feito notável da academia brasileira, que abre um novo horizonte”, disse o ministro.”

Esses números que enchem de orgulho os brasileiros transformam-se numa grande dor de cabeça para as universidades públicas estaduais: como competir com as instituições federais?


No nosso caso local, a UENF, a situação é alarmante. O projeto inicial da UENF previa a formação de uma universidade de ponta, capaz de competir com as grandes universidades do país. Para isso, na sua fase inicial foi tomada uma série de medidas para atrair intelectuais e cientistas de ponta para a remota planície goitacá. No entanto, todas elas já se encontram defasadas hoje. A UENF foi a primeira universidade que só aceitava doutores, agora isso é comum a quase todas universidades do Brasil; a UENF oferecia salários maiores, justamente para atrair cientistas de alto nível dos grandes centros, hoje o seu salário está bem abaixo das instituições federais; e oferecia muitas verbas pra pesquisa, o governo Lula ampliou isso para todos. Se nada for feito pelo governo estadual, a UENF corre o risco de se tornar uma universidade local sem a menor expressão regional, porque almejar uma expressão nacional está ficando cada vez mais longe.


No entanto, a população de Campos não precisa se sentir órfão neste assunto, isso só é mais dolorido pra quem tem alguma relação afetiva com a UENF. Se a universidade de Campos foi deixada de lado pelos governos estaduais, inclusive governos de campistas (Garotinho/Rosinha), a marcante política para o ensino superior do governo Lula atinge a planície goitacá, basta ver a expansão da UFF-Campos, do IFF, a construção da UNED em Guarus. E assim a “universidade do terceiro milênio” vai afundando no pântano goitacá.



*A foto foi copiada do blog "Fotoblog PPF"

11 comentários:

Anônimo disse...

É. . .Mais uma pra botar na conta do "sapo barbudo". A comparação entre o governo Lula e o de FHC parece o campeonato carioca, o FLA-LULA só humilha, e de goleada ainda. Só resta aos perdedores mais um chororô, mas qual agora? Vão dizer que isso é resultado do governo FHC, aquele que durante 8 anos sucateou as universidades públicas (baixos salários para professores, bolsas escassas e de baixo valor, pouco investimento etc)????
"Ninguém cala esse Chororô, chora FHC, chora o DEMO e o PSDB, chora tudo quanto é conservador!!!!"

George Gomes Coutinho disse...

Brand meu camarada,

Muito oportuna a discussão!

De fato neste momento há uma preocupação real nos corredores da uenf acerca da permanência de professores diante da ampliação da rede federal.

Sabemos que a maioria dos professores é de fora de Campos. E sabemos que Campos não é bem uma cidade "atraente" para um público minimamente exigente culturalmente.

Enfim.

A única observação que eu faria é que este processo de atração de docentes pelas federais tem impacto desigual na UENF.Há programas de pós e pesquisas indo muito bem, obrigado, no CBB e CCTA. Desconfio que a realidade seja próxima a isso no CCT.

No CCH prefiro não debater pois estou lá ainda no doutorado. Mas, há problemas....

Aos programas consolidados, aos Centros com alta produtividade onde há metas para alcançar um nível mais alto perante a Capes.. Onde há alta rotatividade de projetos e recursos.. Estes lugares não estão sentindo a ampliação das federais (que irá até 2010 salvo engano).

Nos laboratórios com baixa produtividade, onde não foi criado um ambiente de produtividade, ora, com a ampliação das federais ou não, o desejo dos "internos" era a fuga pra ontem (risos).

Vejamos o que acontecerá. Até porque o sucateamento da instituição pelos garotinhos, que teve menos verbas que no governo Marcelo Alencar (pasmem!), é fato com salários pouco atraentes na realidade de pesquisa brasileira.

De toda forma eu acho que a coisa deve estar muito mais dramática na UEZO (Universidade da Zona Oeste), um grande Cefetão tecnológico, sem possibilidades de pensar sobre si própria, que não teve nem tempo de consolidação.. Tendo que lidar com o crescimento da Rural, da UFRJ, uNirio, UFF, todas ali nos arredores.

Grande abraço
George

Unknown disse...

Muito Bom o texto Brand. A expansão das federais vem preocupando, de fato, muitos que se preocupam com os rumos da UENF. Como disse o George, aquela expansão não afeta de modo tão dramático os centros de pesquisa uenfianos consolidados e dotados de projetos a serem colocados pra frente e pessoas girando em torno de algo em comum. Como o George não falou do CCH, me senti no dever de. O impacto do crescimento das federais no CCH (especificamente) é muito grande em virtude do nojo que são essas brigas inúteis e recorrentes que impedem que as pessoas se unam em prol de um objetivo maior e em comum que seja aumentar o centro, criar novos cursos, consolidar os programas de pós, chamar novos professores etc. O centro já sofre com a falta de professores (há hoje, apenas um sociólogo para o curso de Ciencias Sociais se não me engano) e o futuro será pior se não houver uma mudança por parte daqueles que monopolizam os processos de tomada de decisão neste centro - o dói em mim e naqueles que guardam um carinho especial com relação à UENF e ao CCH.
O problema do CCH com respeito a esses conflitos menores que impedem que as pessoas ocupem suas mentes com o que realmente interessa (o trabalho acadêmico, no sentido amplo da palavra, não apenas, portanto, o trabalho intelectual) é tão dramático que eu chego a dizer que a falta de avanço por aqui não se deve nem a falta de verbas ou uma política de estado contrária à expansão da universidade... Enfim
Aliás esse deveria até ser um debate: por que os centros de pesquisa das universidades públicas sofrem desse mal que é o das brigas inúteis e recorrentes entre os doutores que os compõem e que acabam por impedir o TRABALHO?
Isso não é natural...

Um Abraço e parabéns pela iniciativa do blog...leio sempre.

Daniel Soares,
Graduando Ciencias Sociais,
UENF.

Brand Arenari disse...

Caro Daniel,
muito obrigado pela leitura e participação no nosso blog, atrair nossos colegas da UENF sempre foi um dos principais metas de nosso blog, nos felicita muito manter estes debates.
Antes de responder a sua colocação, gostaria de justificar o esquivo de George em falar do CCH. Farei isso, não em defesa do George, pq ele não precisa disso, mas em minha defesa, pq tomarei uma atitude semelhante. Nós somos de um tempo no qual o CCH era muito pequeno, e isso fez com que tivéssemos uma relação pessoal muito estreita com todos lá, inclusive professores, por isso temos que tomar cuidado com certas críticas abertas, para que não caia em rivalidades pessoais que só aumentariam o caos de que vc falou. Depois de dito isso, responderei a ambos no próximo comentário.

Brand Arenari disse...

Caros George e Daniel,

Eu discordo de alguns posicionamentos tomados por vcs.

A primeira pergunta que devemos fazer é: pq o CCH não é tão forte como os outros centros? Só por culpa interna do CCH?
Acho que não. O CCH sempre foi um filho bastardo de uma Universidade que só queria ter cursos relacionados a produção de tecnologias, e não de ciências humanas. O CCH sempre foi prejudicado por isso. As ciências tecnológicas e naturais, que em geral tem um forte preconceito com as humanas (Crêem que é jogar dinheiro fora), nunca reconheceram a legitimidade do centro, e isso implica em menos verbas, apoio e etc. Isso já dificulta bastante a consolidação do centro.

Por outro lado, não acho que as fratricidas lutas internas do CCH sejam o grande mal do centro. A meu ver, o grande mal que assola o centro é a ausência de ambição acadêmica que impera lá. Brigas, conflitos, disputas (mesmo as desleais) existem em qualquer agrupamento humano, e como disse Weber em “Ciência como vocação”, são essas disputas que envolvem a vaidade o verdadeiro motor da ciência (pq não dá pra ganhar muito dinheiro). Assim, na academia, pessoas e pequenos grupos buscam vencer disputas pessoais através de conquistas acadêmicas; suplantar o “inimigo” com boas pesquisas, artigos, livros e etc. Como no CCH isso não foi incorporado, ou seja, as disputas pessoais não são convertidas em uma disputa acadêmica (devido à ausência desta ambição), restam apenas as querelas pessoais menos produtivas para o coletivo, que impedem a consolidação do centro.
Com isso não quero dizer que não tenha passado e ainda exista profissionais com ambição e valor acadêmico no CCH, mas são uma extrema minoria, e aí se repete a velha história, quem não tem ambição, se reúne para sabotar quem a tenha.

A partir disso podemos pensar num papel de uma política de Estado para atrair um grande número de intelectuais de ponta ou jovens ambiciosos academicamente, prontos a fazer valer a incorporação de valores acadêmicos. O problema que nesse quadro que apresentamos eles irão para as federais.

Porém há muito mais o que se analisar, inclusive temas que são delicados para nós do blog aprofundar muito.

Grande abraço

George Gomes Coutinho disse...

Brand e Daniel,

De fato, como o Brand explicitou, estou no CCH efetivamente, como estudante de graduação e depois como pesquisador na pós-graduação (mestrado e ultimamente doutorado) desde 2001. E estou na UENF desde 1999, salvo engano, como estagiário do setor de serviço social (aquela minha famosa outra graduação).

Creio que todos sabem de minhas críticas e posicionamentos, que se tornaram públicos quando participei tanto do colegiado de graduação em ciências sociais e também no colegiado da pós em políticas sociais, ambos na qualidade de representante discente, sendo eleito para ocupar essa função pelos meus pares.

Neste sentido a eventual aspereza pública que eu tenha se concentra nestes fóruns, que são os mais legítimos para se lavar a nossa roupa suja de sempre.

Isto não impede que eu não considere este momento de debate público, sobre um bem público(a universidade), como ilegítimo. Pelo contrário!

Mas, estou sendo precavido na análise de um centro ao qual tenho laços afetivos e profissionais. Com os excelentes professores, funcionários e colegas, que circulam em seus corredores. Mesmo que não sejam todos...

Prova disso é que a maioria dos que aqui escrevem neste blog se conheceram no CCH.

Feitas estas considerações, vamos então para o debate.

Brand, eu acho que você está sendo condescendente com um centro que, dentre as opções históricas que cabiam só a ele, não conseguiu se constituir enquanto produtor acadêmico coletivo de alto nível de produtividade.


As ciências humanas sempre serão as "loucas da casa", como já disse certa vez Gisálio Cerqueira. É o lugar dos subversivos, dos estudos que não redundam em aplicabilidade imediata, etc.... Aqui, em Tokyo ou em qualquer outro lugar. Mas, são igualmente, a alma e a crítica da produção de conhecimento. Não preciso me alongar neste ponto.

De fato Darcy, aquele que queria ser imperador do Brasil, virou as costas para o CCH pois ele seria o "imperador" do Centro. O problema é que este morreu e houve um vácuo de liderança que fosse capaz de impor um ethos produtivista. Nos outros centros a realidade foi diversa e isto é patente... Contaram com alguns dos maiores cientistas em atividade na periferia. Mesmo que estes não estejam mais por aqui.

No CCH houve alguma deriva. E isto redundou na ausência de um pacto social (um contrato) ambicioso no melhor sentido do termo. Algo que ainda não foi feito, tendo então a acomodação em um ethos desinteressante, com ilhas de produtividade cercadas pela disputa por espaços físicos e simbólicos... Isto tudo calcado na ausência de um projeto original claro (vide os devaneios sobre a tal escola de cinema).

Não raro esta produtividade, existente, redunda em uma estranha e incômoda truculência anexada a algum tipo de imperialismo tanto metodológico quanto epistemológico.

Certamente estes elementos são inelimináveis na ciência, como em boa parte das esferas sociais, mas, quando há a prevalência quase exclusiva destes, redundam nos problemas que acompanhamos.

Embora reconheça o problema da "origem", não devemos recair em quaisquer atavismos. O CCH é hoje algo para além de seu marco zero, é a feição dos profissionais que lá se instalaram, com ou sem Darcy. Não devemos recair em nos vícios de origem.

Tampoucos devemos culpar os outros centros. Observe os editais de pesquisa (faperj, cnpq) e faça um comparativo per capita de aprovações e resultados. Isto para os que estão no campo das ciências aplicadas, mesmo as sociais. São poucos projetos aprovados.

Naqueles envolvidos na chamada "pesquisa básica" ou pesquisa teórica: onde publicam, quando, quanto...????

Estes elementos (publicações e aprovações em editais de financiamento) são responsabilidade nossa. Não são dos outros centros e estes não concorrem para nos atrapalhar em rigorosamente nada dado que as disputas ocorrem com outras instituições na área de humanidades. Se são recursos em menor monta do que na área de tecnologia, well, isso é um outro ponto.

Os problemas de desprestígio das humanidades ocorrem em qualquer lugar. O que nos falta localmente é mea culpa, honesta e dura, que nos aponte para outros patamares.

Por fim, concordo. A possibilidade de renovação de quadros pode apontar para um futuro menos sombrio. Mas, sobre o futuro nada sabemos e no cenário presente de alta atratividade das federais nos resta esperar para vermos o que acontece. Só não creio que deva ser exclusivamente política de Estado. O CCH precisa encontrar formas de atrair e manter seus profissionais em um ambiente de qualidade, cooperação e produtividade. As soluções nem sempre precisam ser forâneas.

Abçs

George

PS: Espero não ferir suscetibilidades. Minhas críticas são em tom impessoal oras..

Unknown disse...

Brand,creio que haja, de fato, um "mal de origem", relativamente ao CCH, que deve-se à concepção de Darcy tinha quando da criação da UENF, que acabou por privilegiar as outras áreas do saber, o que muito me surpreende, de modo que faço minhas as palavras do George: "acho que você está sendo condescendente com um centro que, dentre as opções históricas que cabiam só a ele, não conseguiu se constituir enquanto produtor acadêmico coletivo de alto nível de produtividade".
Quanto a idéia de que são as disputas eternas entre os acadêmicos que, mexendo com a vaidade, são o motor da ciência, acho que não temos que naturalizá-la, mesmo que Weber tenha dito isto. Se de fato é assim na maioria das universidades, o que acho que temos de fazer é mudar isso e discutir: afinal, qual é o "motor" da ciência e qual é o seu "papel"? Temos de fazer uma sociologia militante ou a verdade tem de ser o horizonte? Há incompatibilidade? etc Enfim, também não tenho resposta...mas acho que não dá pra ser briga de laboratório o motor da ciência. Também não acho que os outros centros atrapalhem o desenvolvimento do CCH e creio que sua expansão está nas mãos daqueles que o constituem (nós).
Só para constar: também tenho um envolvimento afetivo com o CCH e devo minha formação (sempre em formação) a este centro e às pessoas que nele trabalharam. Devo a fase mais produtiva e intensa da minha vida, até agora, à UENF e ao CCH e, consequentemente, aos que proporcionaram isso, o que inclui professores, funcionários etc.
Daniel.

Roberto Torres disse...

Parece que temos um consenso razoável:

Os problemas aqui debatidos sobre a UENF em geral, e o CCH em particular, nao se devem somente à situacao desvantajosa na competicao com as universidades federais. Há também, com significativas diferencas entre centros e programas de pós, patologias diretamente ligadas às relacoes e pressupostos para um "funcionamento virtuoso" da vida academica. Nao temos aquele equilíbrio desejado entre competicao e cooperacao, o que nao acredito ser nenhuma particularidade da UENF e tampouco do Brasil. Acho que nao devemos sujulgar nenhuma das duas questoes em nome da outra. Se denunciamos a falta de recursos, salário etc. como causa única do nossos problemas vamos reproduzir a cegueira para as relacoes de poder (que podem agir contra ou a favor do avanco da ciencia) que funcionam com certa autonomia, com mais ou menos dinheiro. Talvez isso tenha mais sentido para o CCH do que para os outros centros, já que no CCH com certeza se pode muito mais facilmente converter "cultura de competicao cooperativa" em fator de producao científica do que quando se depende inapelavelmente de grana para fazer qualquer coisa. E, por outro lado, a luta por recursos, aumento salarial é com certeza indispensável.

Thiago M. Venancio disse...

Como todos vocês devem saber, o aumento dos investimentos em educação e pesquisa demoram anos para ter efeito mensurável em numero de publicações. Isso eh muito obvio para mim e essa notícia ficou martelando na minha cabeça durante os últimos dias.

Como cientista e brasileiro, quero realmente acreditar e entrar na onda de otimismo dos ministros e de alguns cientistas. No entanto, lendo mais sobre o assunto na internet, percebi que a base do ISI (que indexa as revistas) aumentou consideravelmente no ultimo ano, incluindo diversas revistas brasileiras como "indexadas". Alem do mais, muitas revistas nacionais (e internacionais também) sao de qualidade extremamente duvidosa, o que quebra a correlação entre indexação da revista e qualidade. A conta poderia ser refeita contando apenas a base antiga, apenas para fins de controle.

Posteriormente, o Marcelo Leite escreveu sobre isso na Folha de SP e definiu muito bem como "aumentou a rede, e não o cardume".

O aumento do investimento do governo Lula eh de fato inegável, mas não eh agora que veremos o efeito pratico do mesmo na produção científica.

Abraços.

bill disse...

Caro Thiago. Sua Consideração é correta, porém lembre-se que a rede sempre aumentou, e nossa produção permanecia estagnada. Os anos 80 foi isso. Além do mais, quando se aumenta a rede, se faz justiça com periódicos que são descartados na indexação por pertencerem à periferia do sistema global de ciência e tecnologia. Lembremos também, que grande parte de sucesso atual tem a ver com critérios de avaliação que foram pensados na década de 90 no Brasil, e aprimorados no governo Lula, o que levou a um controle de produtividade que hoje repercute em publicações. No entanto, falta-nos o critério "patentes" para que de fato nos pensemos como nação tecnocientífica relevante: a despeito do aumento nas publicações, ainda depositamos pouquíssimas patentes nos escritórios internacionais.

A grande abraço.

Thiago M. Venancio disse...

Sim Bill, voce tem razao.

Mas parece que a rede esse ano aumentou demais... nenhum pais tem um aumento "real" na producao cientifica de >50% em apenas um ano. Isso eh irreal pela propria natureza do processo cientifico.

Nao sei como eh na area de ciencias humanas, mas nas biologicas por exemplo, os criterios das universidades federais ainda estao MUITO aquem do que se espera de um pais compromissado com qualidade. Contudo, medir qualidade eh muito dificil, ainda mais considerando que o fator de impacto, que deve ser usado para comparar revistas eh usado para comparar artigos, e por consequencia, pessoas.

A avaliacao das estaduais eh geralmente melhor, pois da mais liberdade a banca para avaliar os candidatos.

Abracos.