segunda-feira, 24 de maio de 2010

O “The Guardian” prova mais um crime de Israel. O que dirá nossa mídia e nossos conservadores de plantão?

O Jornal inglês “The Gaurdian” mostra documento que incrimina Israel e o seu atual presidente, Shimon Perez (Veja os detalhes na matéria abaixo).
O que dirá nossa mídia e nossos conservadores de plantão a respeito disto? Quem que não é confiável nas negociações internacionais?
Será que o “aquele nobre blogueiro campista” vai vomitar impropérios, naquele tom histérico contra Israel e seu representante máximo como andou fazendo contra o Irã e o Ahmanidejad?
Até onde irá o cinismo dos EUA e de nossa elite fascista e raivosa?

Confiram a matéria abaixo:

O jornal inglês The Guardian acaba de publicar, em sua edição eletrônica, um documento(veja ao lado)que prova que Israel não apenas tem ogivas nucleares desde os anos 70 como tentou vender algumas delas ao governo racista da África do Sul, nos tempos do apartheid, quando aquele país sofria as pressões de toda a comunidade internacional.
A Folha reproduz o conteúdo da matéria do jornal inglês, informando que no documento, “o ministro da Defesa sul-africano na época, PW Botha, perguntou sobre as ogivas e o então ministro da Defesa de Israel, Shimon Peres, ofereceu as armas “em três tamanhos” –se referindo a armas convencionais, químicas e nucleares. Shimon Peres é o atual presidente israelense.
Os dois ministros ainda assinaram um acordo de cooperação militar entre os dois países, sendo que o próprio acordo continha uma cláusula que determinava o mesmo deveria se manter secreto.”
Embora todos já soubessem que Israel tinha a bomba, agora surge um documento que o confirma oficialmente. Pior: assinado pelo atual Presidente do país, Shimon Peres. Pior ainda: que tentou vender armamento nuclear para um país que estava sob a condenação de todo o mundo.
Como fica agora a pressão americana sobre um simples programa de pesquisas iraniano, que todos sabem não ter armas nucleares e que é um dos principais alvos de Israel no Oriente Médio. O Governo Obama vai pedir sanções na ONU contra Israel? O caso Irã teve uma reviravolta, escrevam. Os EUA não têm como arrastar os demais países fingindo ignorar a prova real surgida hoje.

5 comentários:

Décio Vieira disse...

Nota de descontentamento:Como leitor do blog a algum tempo acho que posso inferir que os assuntos socioloógicos, políticos, antrropológicos, psicológicos e de todas as variações a que o blog se comprometia em passar tem sido deixado de lado por algum tipo de partidarismo(suposição minha)o que fez com que o blog tenha perdido a face mais interessante tornando-se em uma palavra mais forte mas como vejo um tanto quanto acientífico.Peço desculpas se ofendo mas é só o que acho que tem acontecido.

bill disse...

O Irã enviou hoje o acordo para a Agência nuclear internacional... Tudo indica que o acordo é "para valer", todos os sinais foram dados. O problema é que todos, inclusive o Brasil, sabiam (outros queriam) que o acordo, ainda que factível, não serviria para nada, dadas as razões salientadas nos textos abaixo, principalmente o do Bresser. A questão é, para que o Brasil entrou nesta "briga perdida"? Tenho lido alguns textos interessantes sobre isso, todos indicam o fim do governo Lula (este com uma imagem irrepreensível frente à opinião internacional)como um elemento explicativo da entrada no Brasil nestas discussões. Lula está cimentando sua próxima cartada política: entrar em um órgão internacional. ONU ou Banco mundial (este, o sonho de FHC), estas são as apostas. O fato é que pegou bem esta conquista da diplomacia brasileira. E deve garantir um acento ao presidente, talvez o único líder realmente mundial atualmente.

abraço.

Brand Arenari disse...

Caro Décio,
de forma alguma nos ofende a sua crítica, pelo contrário, muito nos alegra o seu interesse. E agradecemos não só sua leitura, como também o conselho.
Reconheço que nós últimos tempos temos carregado a mao no debate político, e isso tem a ver com o momento. Afinal, nós aqui do blog temos carne, osso, e sobretudo, sangue e coração.
A maioria de nós aqui escolheu fazer ciências sociais por um desejo muito grande de construir um mundo melhor, por um descontentamento com as injustiças do mundo. A Ciência só faz sentido para nós dentro destes valores. Por isso, às vezes abandonamos o linguajar científico para defender nossos valores com toda nossa forca e ira também. Imagino que possamos cometer exageros por isso, e pedimos desculpa se os cometemos, mas nós não temos medo de cometer exageros, assumimos que eles fazem parte da trajetória humana.

Mas vale lembrar também que, nós não acreditamos num modelo de ciência que exista fora do mundo, que aja sem interesses. Só cientistas muito cínicos ou ingênuos acreditam nisso. No fundo, o que nós acreditamos é que o debate, seja ele qual for (científico ou não), é capaz de construir uma esfera democrática e melhor para se viver.

Mas buscaremos trazer debates mais ligados aos dilemas de áreas científicas como vc sugeriu, mesmo sem achar que eles tenham uma opinião isenta de interesses sobre a vida.

Tá prometido, vou carregar um pouco mao na sociologia no meu próximo texto.

Mais uma vez obrigado pela atenção.

Brand Arenari disse...

Bill, acho que a entrada do Brasil nisso nao pode ser explicada pela ambicao pessoal do Lula como parece que vc sugere.
Embora eu ache essa ambicao legítima e possivelmente verdadeira.O que melhor explica isso, imagino eu, é o novo projeto da diplomacia brasileira, a qual é se colocar como uma lideranca das nacoes emergentes, ou dos "novos nao alinhados".
A atuacao na crise do Ira foi mais um grande passo dado em relacao a esse projeto.
E isso se explica nao só pela dinamica dos interesses, mas tb pelos valores, alías nao há separacao clara entre eles.
Ao mesmo tempo que pleiteamos uma posicao de lideranca, trazemos a mensagem de que um outro mundo é poissivel, mas pacifico e multipolar.
Acho que a questao é mais ou menos por aí.
Um abraco.

bill disse...

Brandão,

minha questão toca a idéia de "jogo perdido" quanto ao acordo. Todos, pelo que li, já sabiam disso, inclusive nossa diplomacia. Não será bom se no final das contas a ação diplomática falhar, pelo menos para a diplomacia. A questão é que a chance de Lula assumir uma dessas instituições internacionais garantiria uma acessoria para os colegas que agora sairão com ele do Itamaraty. Não é questão de cinismo, é puro jogo político, com tudo o que isso possa significar.

Grande abraço.