segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cotas, a intolerância relativizada?

Gilson Caroni Filho

Ao entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da matrícula dos alunos negros aprovados pelo sistema de cotas da Universidade de Brasília, o DEM (ex-PFL) protagonizou um momento emblemático da nossa propalada “democracia racial”.

Há algo mais profundo, fortemente recalcado, em todas as discussões envolvendo políticas afirmativas em universidades públicas. Tanto o projeto de Lei Complementar, em tramitação no Senado, estabelecendo que as instituições de educação superior reservem 50% das vagas para autodeclarados negros, pardos e índios que cursaram o ensino médio em escolas públicas e venham de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita, quanto a lei estadual que instituiu o sistema no Rio de Janeiro sofrem forte resistência de atores políticos e de personalidades do mundo acadêmico. Afinal, a quem ameaça a implantação de tais medidas?

Conhecida por seu ativismo contra as cotas, a antropóloga Yvonne Maggie declarou recentemente que “uma coisa é dizer que o Brasil é um país desigual, com uma distância muito grande entre ricos e pobres. Outra coisa é atribuir isso à raça”. Para ela, “a lógica étnica ou racial não tem fim e só persiste porque a Fundação Ford investiu milhões de dólares no Brasil”. Como explicar o posicionamento da autora do livro Guerra de orixá? Adesão a um padrão de análise que, baseada nas formulações teóricas de Gilberto Freyre, vê a história brasileira como um suceder de arranjos e combinações calcadas na “cordialidade” de uma elite flexível? Reverência a uma arquitetura tão perfeita que o conflito só aparece como “algo externo á nossa gente”?

Esse tipo de discurso está tão cristalizado no pensamento social brasileiro que mesmo setores mais progressistas fazem coro a ele. Quantas vezes não ouvimos que as injustiças sociais em relação aos negros não seriam particularidades destes, mas do conjunto das classes trabalhadoras? Uma visão reducionista que ignora evidências estatísticas. Pelos números do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud), em 2002, enquanto os brancos no Brasil tinham um padrão de vida – considerando-se o nível de educação, expectativa de vida e renda – comparável aos habitantes dos Emirados Árabes (46º lugar entre os 173 países pesquisados), os negros viviam como habitantes da República da Moldávia (105º posição). Esses números não mostram uma correlação cristalina entre etnia e inserção social?

Não lembrar, ou fingir que não lembra, que em determinada fase de nossa história houve uma coincidência entre a divisão racial e social do trabalho é legitimar uma estrutura societária rigidamente estratificada que, apesar dos avanços nos últimos anos, ainda persiste em atribuir aos brancos as atividades consideradas mais qualificadas, as que gozam de maior prestígio.

De acordo com o relatório anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2007-2008, da UFRJ, entre 1995 e 2006, o peso relativo da população autodeclarada parda ou preta subiu de 45 para 49,5%. Isso significa, segundo a pesquisa, que os negros podem vir a ser maioria da população do povo brasileiro nos próximos anos. Se por um lado os dados sinalizam para a derrocada crescente da ideologia do branqueamento, por outro o aumento da auto-estima entre a população não-branca se dá por uma série de fatores. E o principal, na opinião do antropólogo e professor da UnB, José Jorge de Carvalho, é “o aumento do debate sobre a questão racial no Brasil”.

Se Yvonne Maggie está correta quando diz que “raça é uma invenção dos racistas para dominar mais e melhor”, talvez, se debruçando sobre as particularidades do fenômeno racista, entenda a competência dos que manejam o discurso excludente. Aqueles que, sabendo que os negros são a maioria dos analfabetos, dos que recebem menores salários, dos encarcerados, dos subempregados e se constituem minorias nas faculdades, em grandes empresas e no Congresso Nacional, entre outros lugares de projeção, rejeitam o sistema de cotas alegando que “raça não pode ser critério de distribuição de justiça”.

Um olhar atento mostraria que “raça” sempre foi critério classificatório de quem pôde ter identidade e consciência histórica: uma elite branca que idealizou a tolerância que jamais teve. Qualquer estudante universitário sabe disso. Se for negro e cotista, então, conhece bem os limites das “relativizações possíveis”. Aquele pequeno espaço de dramatizações sociais para onde convergem os “orixás” da UFRJ e os senhores da direita escravocrata. Ali são forjados os estatutos “progressistas” da Casa-Grande.

17 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Roberto, não sei se saí do assunto, mas por que os negros não se sentem discriminados no meio dos evangelicos? O convivio é a coisa mais linda.

Caráter de Cristo nas pessoas vai mudar o quadro do Brasil e do mundo. Não vai haver discriminação. Acredite.

E eu não estou falando de um personagem qualquer não. Estou falando de Jesus Cristo o Homem que faz todos nós dizer: "antes dele e depois dele".

A globalização( palavrinha boba esta minha, coisa meio "noncense", mas muito atual e verdadeiro) vai pegar muito capitalista desprevinido. Muito crente capitalista vai apostatar e se render a globalização, perdendo sua identidade e indo no vai da valsa.

Parece que eu estou falando nada com nada. Mas é só para dizer que só com a identidade de Cristo seremos um povo com tudo "em comum" e sem se render ao mercado comum. Amando e respeitando um ao outro, por causa do Carater de Cristo. Sem religião. Sem templo. Servindo em amor. Quanto a estar na faculdade, estarão os que passarem nos concursos, sejam quem forem. O melhor seria ninguem saber quem são. Fazer o concurso e passar.

Por que tem que haver relação de confronto sem causa para apenas alternar o problema?
O mau tem que ser arrancado pela raiz.
Se houver nas pessoas verdade, integridade e humildade, a antropologia, a sociologia, a filosofia, a psicologia etc, entrarão não para explicar o fenômeno, mas para, quem sabe promover ...
Só isso.

Roberto Torres disse...

Zebulom, eu concordo plenamente que entre os evangélicos existe muito menos racismo do que entre esta classe média estabelecida que acusa as cotas de estarem criando o racismo no Brasil, como se o problema so passasse a existir depois que se tenta enfrentá-lo. Creio que apenas cotas nao serve para mudar o imaginario e as práticas racistas em nossa sociedade, mas ajudam a delimitar o problema. O estatudo da igualdade racial, ao incidir sobre o racismo das novelas, por exemplo, será um instrumento importante tb.

Estou fazendo um pesquisa com evangélicos, e embora nao esteja focando neste ponto do racismo, posso perceber que, de fato, a cor da pele ou qualquer outro critério físico tem efeito mínimo, se compararmos com outras esferas da sociedade (direito, ciencia, política, escola), para definir quem interage com quem.

Como sociólogo, eu sou bastante otimista com o papel que os evangélicos desempenham na montagem ou na remontagem de relacoes pessoais, sobretudo na re-estruturacao de famílias pobres através de um controle do comportamento que a médio e longo prazo representa muito mais liberdade do que a liberazicao anomica que é ausencia de vínculos morais com os mais próximos.

No entanto, do ponto de vista político, da visao dos evangélicos sobre as macro-relacoes, nao vejo nada de bom surgindo, haja vista o alinhamento com velhas posicoes. Nao vejo nada que se pareca com o papel desempenhado pelas igrejas, por exemplo, no movimento dos direitos civis nos EUA, nem que seja em escala menor. Algumas igrejas nao se interessam pela politica, outras, que se interessam, querem apenas defender interesses coorporativos, como a IURD-Record. Deve haver novidades, mas ainda estao muito tímidas.

Roberto Torres disse...

Conheco igrejas evangélicas onde negros se sentem discriminados sim! Nao estou querendo alimentar nenhum ódio de classe aqui....rs rs, mas acho que isso acontece mais em igrejas de classe média tradicional, onde ja se tem um padrao estético estabelecido, que é branco. Mas nas Igrejas de periferia, vejo negros e brancos pobres em relacoes de igualdade, de ajuda mútua. Teríamos que ver o índice de casamento interracial entre os evangélicos. Ai sim poderiamos ter um nocao mais adequada sobre ate onde vai a irrelevancia da cor.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Isso mesmo. Concordo quando você diz que muito evangélico acha que ele não tem que estar interagindo no mundo. Não sei se você sabe mas meu nome não está em instituição nenhuma, mas faço parte do Corpo de Cristo.
Deixa eu te falar uma coisa, que não sei se você sabe: Se a pessoae sai de um lugar e vai morar em outro, pode ser no "caixa prego", quando chega no novo lugar já chega cheio de irmãos e amigos. Na mesma hora.Isso é algo que só acontece no meio evangélico. A gente se sente irmão. Quanto a IURD, não posso dizer o mesmo dos seus lideres, pois ali tudo é muito duvidoso. Sei que muitos fiéis são verdadeiros, mas por buscarem mais as mãos de Deus e menos os olhos, vivem uma situação de pouco convivio uns com outros como corpo de Cristo. Mesmo assim conheço pessoas preciosas que sairam "do buraco" por ali, pela IuRD.Um mistério, mas nada que Jesus não resolva antes mesmo de Sua Volta. Os crsitãos autenticos
se interagem e muito. Mas são discretos porque tem medo de não serem aceitos. Há muito preconceito em relação aos cristãos. E é até compreensível, pois o próprio cristianismo de "Constantino" desvirtuou toda a essência do que seja realmente ser Cristão. Na Escola são os cristãos que geralmente se saem melhor na liderança, porque aprendem muito com a Bíblia. Porque "Deus" governa sério, coerente, libertando, sendo justo, amável. Sem pieguismo e sem manipulação.Aprender para governar só os cristãos. E governar não quer dizer mandar e explorar o outro. Quer dizer repartir.
Mas como tem falsidade em tudo, muitos aprendem para mandar e oprimir.

Enquanto estudiosos pesquisam sobre o comportamento desse ou daquele grupo, os cristãos estudam sobre os governos sadios e autênticos. E aprendem a governar sem opressão por causa do carater de Cristo. O problema é quando este cristão é joio e não tem o carater de Cristo. Isso é fogo. Pior que bandido, pois bandido vc sabe que é bandido.
No Brasil, todos sabemos que a maioria das família se reunem aos domingos em torno de Jesus, de uma forma ou de outra.
Trabalhei numa escola que era proibido falar em religião. Saí desta escola. No outro ano, os pai se reuniram (70 % da turma), e pediram para não colocarem fantasia de carnaval nos seus filhos. Queriam apenas pesquisa sobre a cultura mas não queriam que os mesmos participassem. Ali, muitos viram que clientela está mudando e vai mudar mais.

Os ateus não acreditam que o Espírito santo faz a obra no coração dos homens. E agora nos fins dos tempos essa obra vai aumentar.
Experimenta fazer uma pesquisa numa sala de aula, e você vai se espantar de ver como tem cristãos. São muitos. Muitos deles não tem coragem de enfrentar o que enfrentei aqui. E isso porque são poucos os que leem a Biblia. Quem le a Biblia está na frente de qualquer um que não le. A Biblia é um livro completo. Quem le a biblia tem todas as respostas.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Cont.

Tudo o que está acontecendo no mundo ( polito religioso e econômico) está claramente explicado na Biblia. Muitos acham que certos crentes são profetas. Por que são? Porque são gurus? Claro que não. Porque conhecem o fim da história que "está escrita". Apenas se repete, pois natureza humana ´uma só.
Quando a estudioso descarta o religioso de sua pesquisa já perdeu o fio melhor da meada. O orgulho é quem faz isso.

Tenho amigos doutores que tiraram 10 nas teses... a despeito de não serem nem ouvidos.
Tenho uma amiga, Vania, que fz Doutorado em Linguas vernáculas, Literatura Comparada- Nâo me lembro do título mas entrou Humberto Eco, ADelia Prado, Bilia, e outros..
Não queriam aprová-la porque alegaram religião. Mas ela humildemente mostrou a que veio e tirou a nota máxima.

Não sei se vc sabe mas Deus está levantando um tipo de igreja que não deixa seus irmãos nas mãos. Se não tem onde morar a igrja ajuda até que a pessoa possa se sustentar. É que esse tipo de igreja faz como Jesus mandou: O que a mão esquerda faz a direita não sabe. E literalmente.

Esta igreja que está se levantando está na Biblia. Mas acho que as pessoas pulam esta parte, entende? rsrs
São poucos que querem a mensagem da cruz.
Olha o cristianismo autêntico é Vida. Existe, está por ai, ninguém sabe muito quem são. Estão atuando, estão se juntando, e vão segurar o pepino da humanidade... de uma forma bem criativa com o Criador.

Religião Economia E Política é um tripé que queiram ou não, movem o mundo.

Mas o cristianismo autêntico não faz parte desse tripé. Com certeza.

Serão cada vez mais discriminados, porque eles não interessam à "Babilônia", ao Comércio.
Aqueles 7 pecados capitais que as propagandas alardeam, não fazem parte do cardápio do cristianismo autêntico.Mas o mundo tem que propagar, pois os 7 pecados capitais a dão muito lucro. E olha, de todas as instituições religiosas, das mais duvidosas, tem sempre um remanescente cheio de vida, integridade, verdade, humildade que faz parte deste Cristianismo, não oficial autêntico, que não dependem de prédios, de campanhas "parasatisfazerem" o "eu", e que na verdade, só quer paz! São sadios, livres, autênticos, independentes se tem ou não o lider ali no pé. Não há coação porque são cristãos por amor. E isso dos anos 80 para cá cresceu muito no Brasil. Claro que tem muita falsidade, mas com o tempo os joios vão sendo expostos.
Joio tá bem amagalmado aos 7 pecados capitais.

É isso, ROberto, obrigada por estar interagindo e perdoa aí se falei tanto... mas o que te falei é uma realidade não muito visivel. Mas nem por isso deixa de ser REALIDADE.

E TUDO VAI SER EXPOSTO.
Vamos ver muito mico ainda.
Obrigada pela atenção,
zebulom

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Sabe Roberto, concheço muitos discípulos de Jesus da UENF. Muitos. São estudiosos. Enquanto um grupo está nos bares da vida, na droga, da balburdia, eles estão estudando, lendo biblia, buscando integridade, vedade e humildade. Tem muitosque sabem muito mais que eu. Nem poss comparar. São muitos deles. Mas são discretos, humildes. Não estão aí para serem alguém, mas estudam para contribuirem como discípulos de Jesus autênticos e justos, neste Brasil de tanta corrupção e injustiça disfarçada em política e alianças. E a corrupção começa na sala de aula... ali na cola. Colar é corrupção. A biblia diz: QUEM É FIEL NO POUCO É FIEL NO MUITO.
Lindo isso, não? Mas isso não se aprendem nas escolas. Se aprende na Biblia- Palavra de Deus.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Bem, agora acho que posso colocar "ouroscampos" la no acompanhe do meu blog, não?

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Ah, quanto ao preconceito aos negros em igrejas de clase média. Não acredito. Ja paticipei da Primeira Igreja Batista de Copacabana por 5 anos . Só tinha granfino "as muié de sarto arto", fio! Eu, eu ia de K- Chute, e estava tudo muito bem. A maioria dos negros eram líderes autênticos e lindos. Nada disso. Você está equivocado nesta questão, Roberto. Não há discriminação nem a pobre e nem a negro. As pessoas se sentem em familia porque não é uma questão cultural e nem religiosa e sim espiritual. Jesus é a cabeça e nós somos o corpo.

A Bíblia diz que a Igreja é um mistério. E é mesmo. Coisa de doido. E a coisa mais linda.

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Vou parar. Desculpa-me.

George Gomes Coutinho disse...

e lá vamos nós ao proselitismo...

Roberto Torres disse...

Zebulom,

eu nao faco parte de nenhum igreja, embora eu seja mutíssimo simpático do projeto de reforma da individualidade proposta pelo cristianismo. A minha visao é a de alguém que busca compreender a atuacao da atividade religiosa, de modo a poder saber em que contextos ela pode ter eficácia, em que sentido, e como ela falha, ou produz resultados opostos ao que busca. A sociologia é minha seara.

Eu acho possível que a reflexao de dentro, dos religiosos, tenha interoluçao com quem está de fora, até porque a mesma pessoa de dentro pode se por de fora a fim de observar os efeitos e o funcionamento prático de sua atividade religiosa. Para os religiosos isso pode ser um ganho na medida em que ajuda a compreender como pode haver efeitos indesejados em sua atuacao, um ganho de reflexividade, portanto.

Conheço muitos líderes religiosos que buscam a ciencia para isso. e muitas inovaçoes simbólicas e institucionais, como o movimento em célula por exemplo, partem de uma reflexao sociológica feita por estudiosos da própria religiao.

Admitir que as melhores intencoes podem produzir efeitos contrários é o ponto de partida, mesmo para um religioso que parmanece fiél a seus valores. Ao buscar reflexividade sobre as condicoes práticas do que faz, ele se mostra ainda mais responsável pelo destino dos valores que prega.

Toda vez que a religiao conseguiu transformar a sociedade segundo suas intencoes morais isso nao se deu sem que houvesse um entendimento sobre como funciona a sociedade.

Nosso blog nao quer ser um espaco fechado para especialistas, e nem temos na obrigaçao de ser discreto quanto as próprias crencas religiosas uma cláusula pétrea. Afinal, convidar as pessoas para esconderem aquilo que as move nao é a melhor forma de se ter um debate real. No entanto, e gostaria que voce nao ficasse ofendida com isso, precisamos que o olhar de fora, onde a reflexividade ancorada na ciencia possa questionar as intencoes da fé, seja seguido em nossos debates. Existem com certeza blogs onde vc pode exercer a sua atividade religiosa, como bem entender. Te considero bem vinda em nosso espaco e te convido a tentar, quando for o caso de falar de religiao, a usar o olhar de fora, que em nada vai macular sua fé.

Já tivemos aqui neste blog alguns atritos por causa desta questao religiosa. E tentamos aprender com isso. Pessoalmente acho possível discutir de modo nao religioso com pessoas religiosas, inclusive necessário, visto que voces tem presença social muito forte.

Espero que voce compreenda. \
Um abraco

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Roberto! É isso aí, cara! É isso aí!
Eu entendo você. Como sociólogo você vê religião como "objeto de sua análise". Eu entendo.
Quando o colega George diz: " e lá vamos nós ao proselitismo" ele está colocando a minha participação aqui num contexto de "evangelização" querendo impor idéias.

Gostaria de trazer para o George palavras que não são minhas mas com as quais concordo. É do Dr. Gottfried Brakemeier, sobre "Proselitismo":

"Chamamos de "proselitismo" esta disputa selvagem, sutil e manhosa do mercado religioso.

Originalmente, a palavra não tinha esta conotação. Na tradição judaica, contemporânea do Novo Testamento, "prosélito" designava a pessoa que se havia agregado à comunidade, com todos os direitos e deveres daí decorrentes. Era termo que identificava o novo membro, oriundo do paganismo da época. No decorrer da história, porém, proselitismo passou a receber um significado pejorativo. Tornou-se sinônimo de um método missionário fanático, falacioso, profundamente contrário ao espírito do Evangelho. É um método que lamentavelmente por demais vezes tem determinado a missão da Igreja e a propaganda religiosa em geral.

Jesus não coagiu as pessoas com ameaças de castigos infernais, não as comprou com promessas sedutoras, não comercializou suas necessidades físicas e espirituais. Proselitismo é designação de uma missão sem amor, autoritária, traiçoeira, exploradora, que se utiliza dos meios de intimidação e faz negócios com a fé. Em Jesus, a evangelização é não violenta, é honesta, argumentativa. Baseia-se na força da palavra que busca o consentimento das pessoas e sua livre adesão à causa do Evangelho. O mesmo observamos na missão da Igreja antiga. Constituía comunidades de gente que voluntariamente e por convicção declarava sua filiação."

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Por ver o evangelho assim, George; por saber que em todas as comunidades são muitos cristãos hoje; por querer Campos e o Brasil mudados; por estar diante de um mundo caótico; por saber que o homem como ser espiritual não pode ser esquecido e nem desvinculado de tudo o que implica o seu "ser no mundo"; por acreditar que as mudanças no homem estão vinculadas a sua alma; por perceber que ninguém "meteu esta colher" ainda; por observar que o assunto "religião' é proibido ser discutido; por isso e muito mais, é que estou nesse, naquele e em tantos outros campos...

Não sou socióloga, mas não poderia trazer minha contribuição? Não poderia abrir um debate sobre esta visão de mundo tão determinante para a compreensão do ser humano no mundo hoje?

Quando você vem com sua visão sociológica é claro que junto vem sua crença. Sua crença nos teóricos, nas posturas "sociomarxistas", nos posicionamentos anti e a favor, e também nas suas preferências.

O problema é que não há uma preocupação em ver uma mudança no outro. A preocupação dos sociólogos é explicar. Só isto. E já é algo bom. Mas se queremos mudança, temos que ir além do Betinho que combateu a fome, pois a maior fome do ser humano hoje é a fome de si mesmo. E esta fome só pode ser saciada quando o homem encontrar com aquele que o criou à sua imagem e semelhança.

Agostinho disse isso, é citado por grandes Nomes da Cultura, mas eu não posso dizer?

Não estou reivindicando espaço, nem acho que tenho que ficar por aqui enchendo o saco de vocês. Pensei que pudéssemos pensar e repensar esta vida tão próxima do fim, mas tão distante de um reinício...

É isso.
Como não sei se conseguirei me distanciar de mim mesma e olhar o debate aqui de fora... acho que acabou aqui.

Obrigada por me permitir participar.

E quanto ao George, só gostaria de dizer uma coisa:

Pode continuar pensando tudo como vc pensa. Pode até ser forte em suas decisões, mas seja menos rude.
Obrigada!
Um abraço,

Zebulom
olha a palavrinha:
oblent: Não poderia ser "Observe sua lente"?

Até me lembrei de uma música que o Roberto Carlos cantava:
Deixo aqui um link para a apreciação de vocês.

http://www.youtube.com/watch?v=W7F1aSpoqJk

Muito obrigada e shalom!
Shalom é a maior expressão de saúde, e tudo o mais de bom que podemos ter.

De tudo examineis e retende o bem!
Jesus era contra censura... queria que o homem fosse livre para escolher após livre examinação.

Anônimo disse...

zzzZZZZzzzz....

xacal disse...

blerghhhh...!!!!zzczczc&&&&89)90)()0abluéabluéablué....

xacal disse...

tudo de novo...a mesma canalhice de sempre...demonstra alguma tolerância, alguma proeficiência discursiva, e tarããããnnnn:

a mesma cantilena religiosa sectária de sempre...

meu caro Roberto, longe de mim modular o debate em seu espaço, mas sinceramente: não dá para sentar embaixo de limoeiro e esperar que caiam tangerinas...

xacal disse...

está de volta o fred "jumento" kruegger...

sexta-feira da paixão 3768...