terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O sapo e o príncipe




Sem medo do passado,

por Fernando Henrique Cardoso*

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado. Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

*Ex-presidente da República

Fonte: jornal ZERO HORA
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2801485.xml&template=3898.dwt&edition=14061§ion=1012

21 comentários:

Argus disse...

O título, ainda que possa tentar equiparar a ironia, deixa claro a preferência do editor.

Mas falemos dos dados, ora os dados:

em 2002, o Brasil encontrava-se refém do FMI, com um "acordo" para "salvar" a eleição, e manter um clima de normalidade.

ainda assim, chegamos ao fim do ano com apenas U$17bi de reservas, dólar a quase quatro reais e a mairo taxa de juros (SELIC)da História.

em suma, um país quebrado. com todos os fundamentos macroeconômicos soterrados pela incompetência demotucana.

não cabe aqui falar do cinismo desse pobre fantasma sobre a Petrobras. será que ele acredita mesmo no que fala? caso positivo, internem, é caso de saúde. caso contrário, prendam, é um "assassino da História".

seria bom que o "príncipe' citasse uma, apenas uma única obra importante do "avança brasil".rsrsr. memória curta? nada, não citou porque não tem.

lembremos em nome de que as estatais foram privatizadas. "no limite da irresponsabilidade", lembram?pois é, ele parece ter esquecido.

eu nem vou questionar os "dados sociais". não cabe cair nessa "armadilha".

fico apenas com o "cardápio" que é caro aos demotucanos: a competência neoliberal e de gestão da economia de acordo com os humores do mercado. até nisso essa corja falhou.

como debater outros temas? não dá, definitivamente, não dá.

uma pena que esse blog tenha perdido tanto espaço em repercutir texto tão pobre.

é claro que o debate com a direita é importante, desde que ela apresente algo inteligente para a gente debater.
esse lixo aí, como disse, não dá.

meus pêsames ao bill.

fico com medo de seu futuro. se é que você vai ter um, publicando e replicando esse tipo de coisa.

Roberto Torres disse...

Nao há como nao reconhecer continuidades importantes entre a política economica do governo FH e da Lula, inclusive continuidades nao desejáveis, como a sacralidade do banco central.

Mas a meu ver para por ai. A política social e a transformacao propriamente política com a entrada em cena, através da identificacao com Lula, dos mais pobres é algo sem paralelo no governo FH, algo que inclusive ele jamais reconhecer, pois só faz estigmatizar o carisma de classe concentrado na lideranca de Lula.

Roberto Torres disse...

achei a receita para uma alianca progressista entre psdb e pt: o psdb tem que reconhecer que no jogo da democracia, com a inclusao social e politica dos pobres, a guerra é vencida por Lula e pelo PT, portanto publicar um tratado de rendicao. Ai sim pode haver uma alianca, como sempre foi com as guerras.

bill disse...

Caro Angus,

Fez-me rir muito sua brilhante consideração a respeito do título... ela mira no sapo e acerta no príncipe! Ou o contrário! (espero que para o bem do seu futuro você não se lance na carreira do arco e flecha), Você parece aqueles chatos que criticam o pensamento único mas sempre lê a mesma coisa. É incapaz de ler o divergente ("o burro, o lixo"). Tomam toda oposição como nefasta. É aquele GAROTINHO mimado que estava no centro do mundo da mamãe... Será o Stalin de si mesmo, o pequeno ditador. quando vê a diferença, vê uma agressão ao seu egoCENTRISMO. É uma ameaça à democracia (qualquer que seja ela). Saiba, caro Adolf, a intenção era ter o seu comentário, a discussão depois, a crítica, a oposição... criar o debate.

bill disse...

Roberto,

a polarização deste ano, plebicitária, será talvez o maior avanço da política brasileira. Não vejo dois lados ensandecidos, beirando a irracionalidade, o populismo barato. Talvez porque já há um reconhecimento, de ambos, de um projeto, que, em linhas gerais, deve continuar. É bom que tenha PT e psdb em lados opostos, criticando um ao outro. Deste modo, torna mais seguro o pós Lula. O resto é do jogo eleitoral... como o texto em questão.

abraço.

Argus disse...

Caríssimo Bill,

eu não tomo toda oposição como nefasta.

eu tomo ESSA oposição que você repercutiu como nefasta, isso sim.

se a intenção era o debate(?), onde está a réplica para além de suas pobres considerações acerca de meu ego e meu comportamento.

és versado em ciências sociais(?)ou também gostas das ciêncais ocultas da psicologia?

pelo jeito não teve sucesso em nenhuma das duas: nem a que escolheu para viver, nem a que tem por hobby.

não dá para ter complacência com uma crítica desqualificada como essa.

assim como não dá para publicar textos do reinaldo azevedo, ou replicar os zurros do william bonner ou do ali kamel.

peguemos uma parte de seu racioinio(?):

"(...)O resto é do jogo eleitoral... como o texto em questão. "

ué, se o texto é uma peça eleitoral, como enquadrá-lo dentro de uma perspectiva séria de "debate" como você reivindicou?

ficou parecendo que era o que você disse que era:

uma divulgação de campanha do psdb, que você tem todo o direito de aderir.

não dá é para dar verniz científico a uma merda de texto desse e apontar a reação como algo anti-democrático ou egocentrista.

quem publica uma coisa dessas é que deve estar "carente" de alguma atenção.

um abraço.

PS: você tem certa razão. quando vejo desonestidade intelectual como o texto que você publicou, tomo como agressão.
mas aí é uma questão de caráter.
alguns são capazes de "engolir" de tudo. outros não. e acredite, isso não tem nada que ver com Democracia.

xacal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Argus disse...

Roberto,

Agora vamos ao debate "sério", com quem entende um pouco do "riscado".

É verdade que os "sacramentos" macroeconômicos não apresentaram grande novidade, e o dogma do BC permaneceram, de certa forma, intocáveis. Como a política monetária(juros), e o sistema de metas inflcionárias.

Houve até uma "radicalização" de conceitos, como o aumento de superávit fiscal.

Mas não é de todo incorreto supor que esses traços são parte de uma agenda supranacional, a qual, temos que reconhecer, aprisionou e sufocou os governos e Estados Nacionais.
O tal consenso de Washington.

É lógico que opções políticas estavam por detrás desse consenso, e mais que lógico, alguém ganhava e muitos perdiam.

Mas ao menor sinal de enfraquecimento do consenso, o governo Lula foi capaz de romper o imobilismo mercantilista, e abrir frentes de debate para maior intervenção do Estado na economia.

O segundo mandato apresenta números que corroboram essa tese.

1.queda acentuada dos juros;
2.diminuição do superávit fiscal;
3.incentivo ao crédito;
4.aumento do investimento público direto(subsídios) e indireto(isenções fiscais);
etc, etc, e etc.

os números continuam:

1.diminuição de desemprego a níveis inéditos em toda sua série histórica;
2.aumento médio do PIB em índices muitíssimo superiores aos da octaéride fernandista
3.recuperação das carreiras e da massa salarial do funcionalismo
4.execução orçamentária de 63% dos investimentos previstos do PAC(800bi).

Ou seja, Roberto,

os demotucanalhas perderam a única bandeira que imaginavam ter: sua gestão liberal foi um desastre para onde quer que se olhe.

a questão social nem pode ser debatida.


sinceramente, eu não sei o que o psdb tem para oferecer para um "pós-Lula".

isto é, se não sumirem até lá.

Paulo Sérgio Ribeiro disse...

Caro Argus,

Subestimar a representatividade de FHC, sobretudo em determinadas frações da classe média, pode ser um erro, mesmo que seu discurso pareça contrariar a moderação inutilmente buscada por José Serra diante da impossibilidade de investir seu capital político na comparação entre os governos passado e atual. Publicar o texto de FHC talvez não seja propriamente ceder terreno ao "inimigo", mas colocá-lo no lugar que lhe é devido: em nossa mira (releve se a metáfora militar não for das melhores...). Gostaria de partilhar do otimismo de Bill quanto a PT e PSDB estarem em acordo sobre o seu desacordo, mas tenho dúvidas sobre a possibilidade de emergir um projeto de desenvolvimento socialmente inclusivo numa disputa que envolva a coalização demotucana. Entretanto, não julgo a iniciativa de Bill errada, pois as tantas paixões que animam o debate político não invalidam contrapor argumentos conforme a disposição mútua de buscar a verdade do melhor argumento e, aqui, a disputa por novas relações de hegemonia se dá palmo a palmo para todos(as) aqueles(as) que, como eu e você, se impõem à tarefa de criticar as críticas de FHC ao Governo Lula. Ignorar as palavras de FHC é conceder-lhe a chance ter a última palavra.

Paulo Sérgio Ribeiro disse...

"[...] ao menor sinal de enfraquecimento do consenso, o governo Lula foi capaz de romper o imobilismo mercantilista, e abrir frentes de debate para maior intervenção do Estado na economia".

Este é o ponto a ser explorado, como muito bem demonstrou Argus.

bill disse...

Angus,

ESSA posição é de um ex-presidente que dentro de seu partido e em núcleos políticos importantes do país “ainda” repercute. ESSA posição é da oposição com chances reais no próximo pleito. É a posição que pautará o próximo debate eleitoral. A ela Dilma terá que responder, querendo ou não. ESSA posição está aqui como peça para o debate político, a despeito de você a desqualificar. Ora, você então acha que peças do jogo eleitoral não são passíveis de análise séria? Se assim o fosse toda análise de discurso estaria afundada... Ou você acha que seria possível a intransparência total do discurso, revelando ponto a ponto a intenção do seu autor? Você acha mesmo que seus dados são mais sérios e isentos que os do ex-presidente? Que espécie de positivismo você assume? Todas as posições aqui baseiam-se em interesses, crenças e valores políticos próprios, muitas vezes irrefletidos, não seria diferente os do ex-presidente, não é mesmo? Afinal, o que você chama de verniz científico? Onde eu usei esta expressão? Não escrevi uma só palavra sobre isso, não tive intenção de tocar nisso, afinal o texto é do ex-presidente, ele que responda pelos seus dados. Estamos aqui, como você o fez, para incluir o contraditório, não é mesmo? É por isso que o texto é uma peça interessante para o debate. Ninguém precisa engolí-lo, eu não o fiz, você também não, muita gente também não. Acredite, isso é democracia.

Sobre meu primeiro comentário a seu respeito: peço desculpa pelas palavras, foram irrefletidas, inconscientes.

Sobre a foto: Vou abrir o jogo, a foto foi publicada no blog do Nassif, altamente recomendável. Tratou-se de uma ilustração em texto que comparava o sapo ao príncipe, com dados a favor do primeiro. A foto, portanto, ilustrava a “inveja” do princípe em relação aos atributos, digamos, carnudos do sapo. Acho, finalmente, que o texto pode ser lido como lemos o olhar da bonita atriz.

Durma bem.

Dever Cumprido disse...

Tô entrando no debate tarde, mas vale apenas.
Na questão econômica o Argus disse tudo.
No social! O social só foi para ridicularizar mais ainda o texto.
Na questão do salário mínimo, eu não posso me esquecer das inúmeras campanhas para termos o salário mínimo em 100 dólares, em 2003 na transferência do príncipe para o sapo o Salário mínimo, de R$ 240,00 valam 77,03 dólares, em janeiro de 2010 quando decretado seu ultimo valor R$ 510,00 valia 284,91 dólares. Isso é vitoria gigante.
Na questão das privatizações, a peça em debate é ridícula, FHC diz cinicamente que fortaleceu o BNDES, só não disse por que, para facilitar a compra de estatais por seus amigos, com preço aviltante e com investimento todo financiado pelo banco de fomento. Realmente foi uma farra.
Por ora eu fico por aqui.

Roberto Torres disse...

Argus,

A questao é como o PT vai se rebelar contra o consenso pra valer. O Brasil está se desindustrializando e isto certamente é resultado da adesao grande ao consenso.

Pra mim é ponto indubitável que recuperar o papel do Estado na economia é o único modo de avancar no pós Lula. Como isso vai ser feito e com que suporte social é uma questao que a suposta "guinada" à esquerda da Dilma precisa refletir muito para nao cair no keynesianismo vulgar de que o desenvolvimentismo da década de1950/60 é a fórmula de sempre.

Sobre a questao do texto em si, eu apoiei também a publicacao, pela razao que o Bill explicitou na último post: o discurso de FH é o que vai pautar o modo como a classe média neoliberal vai legitimar sua opcao, e como ela vai tentar disputar com nós o que vai estar em disputa.

Mas, pautando por este texto, parece bem claro que, mesmo com a lideranca do Farol de Alexandria, o psdb nao tem nada a dizer para os que já sabem e já decidiram que o governo Lula foi muito melhor.

O desafio seria justamente apontar um caminho novo, mas nao os vejo com vocacao para isso.

abraco

Brand Arenari disse...

Eu nao vou gastar minha energia neste combate, pq isso já é guerra ganha.
O minimo que posso falar de FHC é dizer que foi cínico neste texto.

Argus disse...

Caríssimo Bill,

Repito:

não fui eu quem hierarquizou ou categorizou o texto, foi você, pois veja de novo:

"(...)O resto é do jogo eleitoral... como o texto em questão."

bom, desta forma eu tratei o texto como você o classificou: peça de propaganda, que deve ser atacado como tal.

é claro que peças de propaganda podem e devem ser analisadas. fazemos isso com goebbels o tempo todo.

esse é o cerne: para quê você publicou o texto?

para uma discussão acadêmica sobre ele?
para uma simples comparação das ações do governo?
para repercutir o ex-presidente?

sinceramente, aprendi nesse espaço a investigar o que está "por trás" dos textos. será que fui longe demais?

agora, não dá para esgrimar com você sem que escolha as armas e as regras:é arco é flecha? espada? sabre? ou seja: é um debate eleitoral sobre um texto de propaganda ou um debate científico sobre uma peça de propaganda?

Democracia também é isso: identificar os interesses que movem as coisas, ou não é?

A respeito da imagem, eu já conhecia faz tempo. ela foi publicada no blog do Sátiro, com uma "adaptação". Sophia Loren com cara de fhc olha para Marylin com a cara do Lula. acredite, ficou mais engraçado e claro do que essa que você postou.

um abraço.

bill disse...

Angus,

Creio que o texto está disponível para se usar contra ele ambas as armas de guerra (mas não escolha o arco e flecha... eu também não escolherei a psicologia, mas que FHC é invejoso, isto é). Faço isso sempre e recomendo. Há coisas do jogo elitoral e coisas de crenças e interesses políticos legítimos. Não há como reduzir argumentos e desmerecê-los por causa das pessoas que os professam, afinal, Reinaldo Azevedo, FHC, Serra, todos eles são tão interessados quanto nós.
A respeito da foto: AH, as imagens! Achei a foto a que você se refere de uma mau gosto... gostei mais da sutileza da que nós publicamos. Gosto mais da sutileza. Se é que me entende.

Abraço.

Brand Arenari disse...

- Quantas Universidades foram construídas por FHC e por Lula?

- Quantos Centros Tecnológicos?

- Quantos Km foram feitos na Ferrovia Norte e Sul?

- Quantos concursos públicos foram realizados?

- Qual a valorização do salário mínimo no período?

- Quantos empregos foram criados?

- Quanto foi o aumento de salário real dado aos funcionários públicos e aposentados no período?

- Quantos Km de saneamento básico foi feito?

- Quantos alunos entre 17 e 24 anos cursavam Universidades?

- Quantas casas foram construídas no período para o povo?

- Quantas famílias foram beneficiadas com o Bolsa Família ou similares?

- Quantos % do PIB foram gastos na Educação Básica e na Saúde.

Posso até começar a ajudar com alguns dados econômicos abaixo:

1 – MÉDIAS BALANÇA COMERCIAL (bilhões de US$)
- FHC (PSDB) (1995/2002): -2,442
- Lula (PT) (2003/2005): +34,420 (recorde)

2 – SUPERÁVIT COMERCIAL (bilhões de US$)
- FHC (1995/2002): -8,7 (déficit)
- Lula (2003/2005): +103,0 (superávit)

3 – RISCO-PAÍS PTS
- FHC (Jan/2002): 1.445
- Lula (Jan/2006): 290 (recorde)

4 – JUROS
- FHC (Jan/2002): 25,00%
- Lula (Jan/2006): 18,00%

5 – INFLAÇÃO
- FHC(2002): 12,5%
- Lula(2005): 5,7%

6 – DÓLAR R$
- FHC (Jan/02): 3,53
- Lula (Jan/06): 2,30

7 – RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) (trilhões de US$)
- FHC (2002): 1,340 -> 10º
- Lula (2004): 1,492 -> 09º

8 BOVESPA PTS
- FHC (Jan/02): 11.268
- Lula (Jan/06): 35.223 (recorde)

9 – DÍVIDA EXTERNA (bilhões de US$)
- FHC (2002): 210
- Lula (2005): 165 – E caindo mês a mês…

10 – DÍVIDA COM O FMI E COM O CLUBE DE PARIS EM DOLÁR
- FHC (2002): O governo não informou o valor da dívida.
- Lula (2005): 0,00

11 – SALÁRIO MÍNIMO (US$)
- FHC (2002): 56,50
- Lula (2005): 128,20

12 – DESEMPREGO
- FHC (2002): 12,2%
- Lula (2005): 9,6%

13 – TAXA ABAIXO DA LINHA DE PROBREZA
- FHC (2002): O governo não controlava este índice. Segundo dados,
ultrapassava os 35%.
- Lula (2004): 25,1%

Brand Arenari disse...

14-incremento no acesso a água no semi-árido nordestino
Lula: 762 mil pessoas e 152 mil cisternas
FHC: zero


15 -Distribuição de leite no semi-árido (sistema pequeno produtor)
Lula: 3,3 milhões de brasileiros
FHC: zero


16-Áreas ambientais preservadas
Lula: incremento de 19,6 milhões de hectares (2003 a 2006)
Do ano de 1500 até 2002: 40 milhões de hectares


17 – Apoio à agricultura familiar
Lula: 7,5 bilhões (safra 2005/2006)
FHC: 2,5 bilhões (último ano de governo)
* O governo Lula investirá 10 bilhões na safra 2006/2007


18 -Compra de terras para Reforma Agrária
Lula: 2,7 bilhões (2003 a 2005)
FHC: 1,1 bilhão (1999 a 2002)


19 – Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas:
Lula: 14,99 bilhões
FHC: 8,3 bilhões


20 – Investimentos em alimentação escolar:
Lula: 1 bilhão
FHC: 848 milhões


21 -Investimento anual em saúde básica:
Lula: 1,5 bilhão
FHC: 155 milhões


22 – Equipes do Programa Saúde da Família:
Lula: 21.609
FHC: 16.698


23 – População atendida pelo Prog. Saúde da Família:
Lula: 70 milhões
FHC: 55 milhões


24 – Porcentagem da população atendida pelo Programa Saúde da Família:
Lula: 39,7%
FHC: 31,9%


25 – Pacientes com HIV positivo atendidos pela rede pública de saúde:
Lula: 151 mil
FHC: 119 mil


26 – Juros:
Lula: 16%
FHC: 25%


27 – BOVESPA
Lula: 35,2 mil pontos
FHC: 11,2 mil pontos


28 – Dívida externa:
Lula: 165 bilhões
FHC: 210 bilhões


29 – Desemprego no país:
Lula: 9,6%
FHC: 12,2%


30 – Dívida/PIB:
Lula: 51%
FHC: 57,5%


31 – Eletrificação Rural
Lula: 3.000.000 de pessoas
FHC: 2.700 pessoas


32 – Livros gratuitos para o Ensino Médio
Lula: 7 milhões
FHC: zero


33 – Geração de Energia Elétrica
Lula: 1.567 empreendimentos em operação, gerando 95.744.495 kW de potência. Está prevista para os próximos anos uma adição de 26.967.987 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 65 empreendimentos atualmente em construção e mais 516 outorgadas.
FHC: APAGÃO


34 – Entre os anos de 2000 a 2005, as ações da Polícia Federal no combate ao crime cresceram 815%. Durante o governo do presidente Lula, a Polícia
Federal realizou 183 operações e 2.961 prisões? Uma média de 987 presos por ano. Já nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram realizadas apenas 20 operações, com a prisão de 54 pessoas, ou seja, uma média de 27 capturas por ano.


Fontes: IBGE, IBGE/Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar – desde 1994); ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; Ministérios Federais e Agências Reg.; SUS; CES/FGV; jornais FSP, O Globo e O Estado;
Poderia colocar aqui outros indicadores, mas acho esses básicos para serem respondidos. Agora vamos lá, quem for Tucano ou simpatizante não me ofenda, simplesmente responda as questões acima.

Argus disse...

E observem,

Os dados estão tabulados até 2005.

Com certeza, se os anos de 2006 até hoje fossem computados, ainda que consideremos a retração da crise mundial, os números são escorchantes.

Dá até pena do psdb.

Brand Arenari disse...

Mas como todo mundo sabe isso é pq FHC é um genio que salvou o Brasil e o projetou para a eternidade, e Lula é um pobre sortudo que veio depois dele. Tudo isso é sorte, nao é?
Melhor ter um presidente sortudo do que um azarado!
ahahahahahhahaah

Anônimo disse...

Concordo contigo Brand... no entanto nao podemos subestimar os caras do PSDB.

A ameaca existe e a eleicao nao sera tao facil quanto alguns membros do PT, tomados pela soberba, imaginam.

Apesar da imensa superioridade do governo Lula, temos sempre que lembrar que a Dilma, apesar de boa administradora, eh pouquissimo carismatica e tem experiencia eleitoral ZERO. Tudo isso pode contar na hora do contato com o eleitor. Nem sempre o Lula vai estar de "interprete" do lado dela.

Abracos.