sexta-feira, 18 de julho de 2008

A MÁQUINA VAI BEM, OBRIGADO

por Fabrício Maciel
Passando agora alguns dias na planície tenho a oportunidade de ver, mais uma vez, a regularidade de certos traços desprezíveis da história campista. A campanha da tão celebrada e reclamada chapa Arnaldão-PT está bombando. Para não decepcionar amantes e críticos, a máquina eleitoral local não deixa a desejar em nada diante dos anos anteriores. Como sempre, a pequena burguesia interesseira, sem opinião e de péssimo gosto é mobilizada, inclusive com seus parcos recursos, geralmente carros próprios, para sair pelas ruas de Guarus, parte mais pobre da cidade, a fim de divulgar as novas velhas promessas de seus novos heróis da antiguidade. A esperança é sempre ter uma boquinha, um emprego para um parente ou amigo, caso os heróis de sempre voltem para o lugar de onde nunca saíram.
Recomendo aos saudosos pelos valores petitistas de outrora que evitem as principais avenidas de Guarus, pois do nada poderão ouvir, com todo o brado e poética dos sambinhas de campanha que em letra e ritmo apelam para a pseudo-alegria brasileira toda a atenção, o nome de Hélio Anomal como vice do eterno prefeito do coração, como vem cantando a musiquinha de campanha atual.
Não gosto de ficar repetindo o óbvio, mas só para reforçar o espírito de indignação que costuma sucumbir diante das evidências relativistas do cotidiano, onde tudo é possível e tolerável, na era de incertezas e fim de tudo que já critiquei em texto anterior, não custa dizer que o volume de recursos para a campanha já é evidente. A potência dos carros de som e o material em papel e plástico utilizados já são de assustar, logo no início, ainda mais que a eterna primeira dama do coração é candidata a vereadora, pois não custa nada cercar o coxo por todos os lados. É claro que a máquina vai bem, obrigado, obrigada pela necessidade de manter garantidos os votos de quem é obrigado a votar e não pode fazer uso da margem formal de escolha que tal obrigação permite pois a barriga obriga a dizer obrigado, quando aperta a mão acalentadora do (eterno prefeito do) coração. (O Idem aqui é óbvio para a avaliação da campanha concorrente, aquela da florzinha e da criança).

Nenhum comentário: