Circula na Internet, dentre os blogs da planície, um interessante, instrutivo e curioso desafio.
Trata-se de buscar, dentre um dos livros em que o blogueiro esteja com suas atenções voltadas, uma página qualquer. Deve-se citar literalmente e repassar o desafio.
Aceitei a provocação do camarada Xacal (aqui) e reproduzo um trecho do livro "O que a esquerda deve propor" de Roberto Mangabeira Unger, originalmente publicado em inglês no ano de 2005. No ano de 2008 o livro ganhou tradução para o português pela editora Civilização Brasileira.
Eis o Trecho:
"A intervenção progressista no campo da oferta deveria, portanto, tomar a forma de inovações institucionais que estendessem radicalmente o acesso a crédito, tecnologia e expertise e ajudassem a identificar, desenvolver e propagar os experimentos produtivos e as inovações tecnológicas locais de êxito comprovado. Uma suposição pesaria contra a idéia de uma ascensão uniforme evolucionária unilinear, que faria, dos países em desenvolvimento, plataformas para a tradicional e rígida indústria de produção em massa, ora em declínio nas economias mais ricas." (Unger, 2008: 83)
Como muitos dos blogs já foram convidados para o debate eu faria o convite "internamente" para os meus colegas do "Outros Campos". O que estão lendo? Selecionem de forma aleatória um parágrafo... E vejamos o que diabos acontece.
Abçs!
Trata-se de buscar, dentre um dos livros em que o blogueiro esteja com suas atenções voltadas, uma página qualquer. Deve-se citar literalmente e repassar o desafio.
Aceitei a provocação do camarada Xacal (aqui) e reproduzo um trecho do livro "O que a esquerda deve propor" de Roberto Mangabeira Unger, originalmente publicado em inglês no ano de 2005. No ano de 2008 o livro ganhou tradução para o português pela editora Civilização Brasileira.
Eis o Trecho:
"A intervenção progressista no campo da oferta deveria, portanto, tomar a forma de inovações institucionais que estendessem radicalmente o acesso a crédito, tecnologia e expertise e ajudassem a identificar, desenvolver e propagar os experimentos produtivos e as inovações tecnológicas locais de êxito comprovado. Uma suposição pesaria contra a idéia de uma ascensão uniforme evolucionária unilinear, que faria, dos países em desenvolvimento, plataformas para a tradicional e rígida indústria de produção em massa, ora em declínio nas economias mais ricas." (Unger, 2008: 83)
Como muitos dos blogs já foram convidados para o debate eu faria o convite "internamente" para os meus colegas do "Outros Campos". O que estão lendo? Selecionem de forma aleatória um parágrafo... E vejamos o que diabos acontece.
Abçs!
11 comentários:
"Uma suposição pesaria contra a idéia de uma ascensão uniforme evolucionária unilinear, que faria, dos países em desenvolvimento, plataformas para a tradicional e rígida indústria de produção em massa, ora em declínio nas economias mais ricas."
Qual é a suposição, george?
abraço.
Oi Bill,
Cara... o texto do Mangabeira é por vezes confuso, obtuso, recheado de figuras de retórica...
Mas entendi que a tal suposição é o que ele defende no livro: uma via de pensamento de esquerda que negue uma racionalidade mecânica, que postule uma série de aprioris....A suposição seria o conjunto, nem sempre coerente e acabado, de idéias dele mesmo.
Abçs
George
Parágrafo do texto de xacal ou do livro que estou lendo? Bem, vou pegar os dois pois acho que uma leitura comparativa seria bem mais desafiadora, afinal algo linear e uniforme não seria tão revolucionário.
Trecho do xacal:
"A intervenção progressista no campo da oferta deveria, portanto, tomar a forma de inovações institucionais que estendessem radicalmente o acesso a crédito, tecnologia e expertise e ajudassem a identificar, desenvolver e propagar os experimentos produtivos e as inovações tecnológicas locais de êxito comprovado.
Trecho do livro que estou lendo:
" Minha inspiração para o material que se segue vem de três fontes. Minha primeira fonte vem simplesmente de observações obtidas através de viagens. Nada como a experiência para desafiar a tecnologia de alguém e ajudá-lo a encontrar uma expressão adequada dentro da narrativa para ajustar-se com sua experiência. Eu estou convencido de que há muitas chaves que nós ainda não descobrimos. Essas chaves não estão no nivel da doutrina"elementar", e assim não devem ser usadas dogmaticamente.
Perdão, esqueci de mencionar o livro:
Impactando Cidades - Martin Scott-
Perdão! Página 122
Neste caso George ele não propõe nada novo, né? As contribuições do Laclau, por exemplo, vão nesta mesma direção. Acho que pelo texto ele reproduz algumas idéias que as primeiras teorias do desenvolvimento trazia, a idéia de que a sociedade global é um desigual sistema de comércio, e que nós, sempre atrasados, teremos acesso somente ao refluxo da produção de indústrias antigas, como forma de escoamento da produção já defasada e em desuso nos países centrais. Haja vista os computadores na década de 80. Uma objeção porém recai sobre isso, é que hoje a defasagem é cada vez menor (se não inexiste) e o acesso aos mercados periféricos (...) já faz parte das estratégias de firmas centrais. Tem-se como exemplo as variedades biotecnológicas e as novas tecnologias da informação.
Abraço.
Bill,
Você está correto. Estou preparando um texto mais acabado sobre este último livro do Mangabeira e minhas conclusões vão nesta mesma direção.
Há inegável déficit teórico (não há esboçada uma teoria da modernidade que consubstancie a proposição de esquerda do autor) atrelada a um pretenso ineditismo inexistente.
Espero em breve poder divulgar esse texto.
Abçs
George
PS: Não digo que o Mangabeira não tenha, em toda sua obra no campo da filosofia do direito, uma interpretação robusta sobre a modernidade. Mas, no livro "O a esquerda deve propor" está subsumida a um excesso de raciocínio normativo sem o "calço" que citei.
Meus caros...
O texto publicado pela jumenta pateta não é meu...é do mangabeira unger, e já foi discutido aqui, e repercutido pela própria...
arrfff...
quando eu falo, ninguém acredita...já passou da hora, meus caros, já passou da hora...
Xacal, quando falei seu, não foi no sentido de autoria do texto.
Outra coisa: Saí do assunto?
Outra coisa 2: Já passou da hora de quê, Xacal? O quê você está querendo dizer com isso? O que te fiz para esta coisa doentia?
Tudo bem que vocês estão muito acima de mim, mas por que eu não poderia estar aqui?
Uma pergunta: Eu não poderia estar aqui?
Que Brasil é este?
Que isso, Xacal? Não estou entendendo. Não estou falando de religião aqui e muito menos saí do assunto, muito pelo contrário, fui "fundo no assunto". Ou não fui?
Gostaria de uma resposta de alguém, por favor. Ou não estamos num ambiente inclusivo?
Toda pesquisa, debate,estudos etc, não tem o objetivo de melhoria do ser humano? Lá, nos fins últimos?
Afinal, como vamos como seres humanos, hein?
O que vocês acham que os grandes lá de cima usam para governar? Pensamentos lineares?
No dia que vocês souberem... vão cair para trás.
Caros, estou lendo o referido livro do Mangabeira e discordo veementemente de George. Ele tem tanto uma crítica e uma proposta muito clara da modernidade.
Longe de ser confuso e obtuso, Mangabeira tem um ideal muito claro, partindo da crítica ao humanismo, algo que nao há problema nao ser inédita, desde que haja pontos criativos no interior da critica.
Ele parte da crítica à abstração que há nas ciencias sociais, a um objetivismo que perde de vista os indivíduos em sua especificidade e capacidades, ou seja, na contingencia que marca os talentos individuais, e que é sociológica, nao subjetivista. A proposta é construir uma política democrática energizante, no sentido de usar os mecanismos de Estado para dinamizar a capacidade individual, recuperar pessoas em sua totalidade, nos limites que políticas podem atuar nisso, reconhecendo que não dependem só disso. Trata-se mais do que capacitação formal, mas de antes de uma política desenvolvermos um pensamento político que considere as pessoas em sua potencialidade e valor social.
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