Nós, os “blogueiros desocupados”....
Roberto Torres
Dando uma passeada agora pela rede campista de Blogs, acabo de tomar conhecimento da manifestação do presidente da Camara Municipal diante das críticas que os “vereadores-vendidos” (lembrando o “banqueiro-bandido” do Protógenes) vem sofrendo em alguns Blogs. Segundo Nelson Nahim, tratam-se de “blogueiros desocupados” os que ficam escrevendo contra a “moral de nossos vereadores.” Não quero aqui discutir em que medida os Blogs atacam ou não a moral dos vereadores. O comportamento que a “Casa das Leis”, onde “nós, o povo”, nos faríamos representar, diante de todos os absurdos administrativos e políticos de qualquer governo que compra as suas vozes (seja o do “Macabro”, seja esse ai da família Garotinho...) já basta para provar que eles não agem de acordo com nenhuma moral próxima daquela a que eles juram adesão quando tomam posse. O que eu quero discutir aqui é o conteúdo implícito da fala do presidente da casa.
Qual o sentido de “desocupados” no contexto da gramática política de Nahim e seus “honrados amigos vereadores”, gramática essa que podemos, creio eu, aludir ao que chamamos vagamente de “cultura política local” (que, na verdade, é muito mais que “cultural” e do que “local...”)? Não somos desocupados simplesmente porque temos tempo livre e porque manchamos a moral do trabalho “tao cara” à Nahim e a seus amigos, eleitores e todos os que dão legitimidade a seu discurso e comportamento. Ter tempo livre não é um incomodo para a boa consciência para essa gente que se incomoda com a desocupação dos blogueiros. Eles tem bastante, haja vista a quantidade de faltas nas seções da Casa, e os “debates” sobre o novo Bar da Pelinca quanto estão presentes. O tempo livre em si não é o que contraria essa forma de ver a agir na política que, em Campos, é praticamente feita a céu aberto. Ficar em casa escrevendo na internet não é condenável desde que não se mexa com a vida alheia e com os negócios alheios. É assim que Nahim e seus colegas percebem a vereança: como um negócio particular. A arrogância que sai de sua manifestação expressa mesmo toda a ignorância prática, nada ingenua, sobre o que seja a vida pública: diante de críticas à conduta dos vereadores como homens que desempenham funções públicas, Nahim reage como alguém que se sente violado em sua vida privada.
Não acho que os maiores problemas de uma sociedade, assim como de uma cidade, devam ser compreendidos a partir das mazelas e esquizofrenias do poder público, embora não se possa ignorar isso. Acho que devemos sempre combinar a “crítica da política” com a crítica analítica das condições sociais que dão o sentido à ação de um indivíduo na política. Devemos saber que Nahim fala a gramática predominante da política em Campos e não apenas a sua ou a do “Clã Garotinho”. Mas devemos também saber “o que fazer” com nossa análise quando ela se refere a algo tao absurdamente presente e repugnante para os que querem enfrentar essa gramática que leva a política para dentro de casa e do convívio doméstico. Como só temos as míseras palavras... ai vai minha opinião sobe o que devemos fazer com elas: Nahim foi ridículo e com isso nos mostra que devemos avançar na crítica detalhada que irrite o quando mais esse poder nefasto. Nenhuma tolerância! Nenhuma flexibilidade. Esse é o nosso papel.
Qual o sentido de “desocupados” no contexto da gramática política de Nahim e seus “honrados amigos vereadores”, gramática essa que podemos, creio eu, aludir ao que chamamos vagamente de “cultura política local” (que, na verdade, é muito mais que “cultural” e do que “local...”)? Não somos desocupados simplesmente porque temos tempo livre e porque manchamos a moral do trabalho “tao cara” à Nahim e a seus amigos, eleitores e todos os que dão legitimidade a seu discurso e comportamento. Ter tempo livre não é um incomodo para a boa consciência para essa gente que se incomoda com a desocupação dos blogueiros. Eles tem bastante, haja vista a quantidade de faltas nas seções da Casa, e os “debates” sobre o novo Bar da Pelinca quanto estão presentes. O tempo livre em si não é o que contraria essa forma de ver a agir na política que, em Campos, é praticamente feita a céu aberto. Ficar em casa escrevendo na internet não é condenável desde que não se mexa com a vida alheia e com os negócios alheios. É assim que Nahim e seus colegas percebem a vereança: como um negócio particular. A arrogância que sai de sua manifestação expressa mesmo toda a ignorância prática, nada ingenua, sobre o que seja a vida pública: diante de críticas à conduta dos vereadores como homens que desempenham funções públicas, Nahim reage como alguém que se sente violado em sua vida privada.
Não acho que os maiores problemas de uma sociedade, assim como de uma cidade, devam ser compreendidos a partir das mazelas e esquizofrenias do poder público, embora não se possa ignorar isso. Acho que devemos sempre combinar a “crítica da política” com a crítica analítica das condições sociais que dão o sentido à ação de um indivíduo na política. Devemos saber que Nahim fala a gramática predominante da política em Campos e não apenas a sua ou a do “Clã Garotinho”. Mas devemos também saber “o que fazer” com nossa análise quando ela se refere a algo tao absurdamente presente e repugnante para os que querem enfrentar essa gramática que leva a política para dentro de casa e do convívio doméstico. Como só temos as míseras palavras... ai vai minha opinião sobe o que devemos fazer com elas: Nahim foi ridículo e com isso nos mostra que devemos avançar na crítica detalhada que irrite o quando mais esse poder nefasto. Nenhuma tolerância! Nenhuma flexibilidade. Esse é o nosso papel.
7 comentários:
Sem duvidas o melhor texto ja publicado pelo Roberto aqui no blog.
Nao fraquejemos !
Hoje é o último dia para a fazer a declaração do imposto de renda, será que o Nelson Naíntegra vai declarar seus apartamentos de Guarapari?
os bons anonimos são aqueles que pelo menos jogam alguma merda no ventilador. muito bom.
só acrescento que o nosso "ócio" é para fazer crítica, enquanto que o deles é para gastar as vantagens que só a crítica pode explicitar.
Parabéns ao distinto senhor, provavelmente agora todos os blogueiros desocupados que leram a pérola vao dedicar ainda mais tempo em observar como tua casta de origem "trabalha".
Fabricio, acho que o ponto é exatamente esse...
O mais profundo pavor diante da possibilidade da circulação livre de informações e das consequencias para aprendizados reais de controle democrático sobre as instituições e sobre o espaço público.
Decididamente "eles" não estão acostumados.
Acabei de ler esse texto no blog A Trolha e resolvi deixar aqui em comentário.
Confesso que só agora aos 20 anos, passei a me interessar por política e agradeço a vocês blogueiros pela coragem de analisarem com tanta clareza os acontecimentos políticos da nossa cidade e nos manter tão bem informados.
Com certeza esse será mais um blog de leitura diária.
Mariana Areas
Ele foi avaliado, medido e julgado um desequilibrado, destemperado e orDInÁRIO...
Pede pra sair vereador.
Muito boa a observação e a nota.
Abs,
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