sábado, 25 de outubro de 2008

7 anos da Autonomia Universitária da UENF

Prezad@s,

Na linha das comemorações dos 15 anos da Universidade Estadual do Norte Fluminense eu aproveito para trazer aqui um boletim da Ascom que nos rememora a conquista da autonomia, alcançada há 7 anos atrás.

Muitos dos colegas do "Outros Campos" estavam lá, atuando como militantes do movimento estudantil, em prol do direito de auto-determinação da Universidade sobre si, em claro atrito ante interesses "alienígenas", forâneos ao universo acadêmico, então cristalizados em figuras como Ana Lucia Boynard e o então governador Anthony "Garotinho" Mateus. Devemos lembrar que não poucas vezes Boynard, Mateus e depois a própria Rosinha foram condecorados com o título de "persona non grata" no campus, prêmio concedido pelo sempre combativo movimento estudantil da instituição.

Certamente fomos um dos primeiros movimentos sérios de oposição implacável ao então governador. Isto o levou, em clara demonstração de destempero emocional típica dos aprendizes do bom e velho despotismo, a colocar o dedo em riste diante do então magnífico reitor, senhor Salassier Bernardo, e bradar descontroladamente que "não negociava com grevistas".

Os que estavam no campus avançado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ali no caminho para Farol de São Thomé, lembram-se deste fato... Em seguida houve o espancamento deliberado de estudantes que foi noticiado pela imprensa nacional, televionada e impressa, sendo um dos fatos políticos que levaram finalmente à conquista da autonomia universitária.

Ora, o que configurava a pauta de reivindicação principal? O direito da universidade se auto-determinar, conferindo poder (empoderamento??) ao reitor eleito e reconhecido por sua comunidade. Empoderar aquele que foi democraticamente eleito. Surreal em qualquer momento histórico, menos na conjuntura em que o Luis Bonaparte da Lapa foi governador.

Não tenho dúvidas que na cidade de Campos dos Goytacazes este modus operandi possa retornar ao executivo municipal.

Aguardemos. Todavia rememoremos por ora a vitoriosa campanha da autonomia universitária, um momento único, em que mais uma vez a truculência foi derrotada por um mínimo de persistência, articulação discursiva e publicização dos fatos na esfera pública. Justamente o oposto do ethos representado pelo casal Garotinho.

PS: O boletim da Ascom é de 23 de outubro, última quinta-feira.

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