sábado, 17 de maio de 2008

Que nos sirva de lição e advertência!

O carlismo é um adjetivo pejorativo utilizado largamente quando se fala na política baiana. Mas nem todo mundo se preza a utilizá-lo apenas para ataques aos adversários, existem pessoas que preferem analisá-lo, compreende-lo para além das aparências. Destarte, segue o link do texto “´SURF´ NAS ONDAS DO TEMPO:do carlismo histórico ao carlismo pós-carlista” do Professor da UFBA e Doutor pelo IUPERJ, Paulo Fábio.

Autor premiado pela ANPOCS em 2006 como melhor tese de Ciência Política, Paulo Fábio é um mestre na arte de utilizar conceitos sociológicos para compreender a realidade. Com muito estilo no texto e com notas de rodapés que são verdadeiras aulas de sociologia.

Leitura interessante para aqueles que pretendem analisar a política campista. Nada melhor do que uma comparação seja pelas diferenças seja pelas similaridades.


http://www.cadernocrh.ufba.br/viewarticle.php?id=172&layout=abstract

Segue o Resumo

“O carlismo é uma política baiano-nacional nascida de aspirações modernizantes de uma elite regional, nos marcos da chamada revolução passiva brasileira e na perspectiva de um autoritarismo instrumental. Adota, como diretriz, simultânea atuação na política institucional, na estrutura da administração pública e na interface destas com o mercado e, como estratégia, a sustentação regional da ordem social competitiva, ligando-se, pragmaticamente, ao campo político liberal. Com o declínio do poder pessoal do senador ACM, nota-se alterações na política e no estilo de atuação do grupo. Pode-se dizer, por isso, que a Bahia ingressou no “pós-carlismo”? A política carlista declina com o seu chefe? As mudanças em curso descaracterizam- na ou são inflexões para preservá-la? O presente artigo discute estas e outras questões, através de sintética remissão às origens do carlismo, da análise do processo de construção, ampliação e erosão de sua hegemonia regional e de sua influência na política nacional, procurando indicar como a aceleração do processo erosivo enseja a estratégia transformista de um “carlismo pós-carlista” e discutir condições de êxito dessa estratégia.”



E que nos sirva de lição e advertência!

Um comentário:

Paulo Sérgio Ribeiro disse...

Obrigado, Vitor. Vem em boa hora sua indicação. Estou estudando a experiência dos CIEPs e deparei com outro tema que também vem embebido de conotações pejorativas - o "brizolismo". Estou lendo uma tese de João Trajano Sento-Sé sobre a ascensão e declínio do brizolismo que converge com o esforço de Paulo Fábio de qualificar histórica e sociologicamente o carlismo.

Abraço e boa semana aí nos States.

Paulo