Certamente muitos de nós já ouvimos aquela velha história na qual consta que o PT e o PSDB são irmãos separados no berço. Teriam eles a mesma origem, e por isso, mais cedo ou mais tarde se reencontrariam devido às supostas afinidades que os envolvem. Porém, em política não basta idéias parecidas para se ter uma coligação estável, interesses parecidos também são importantes. Por isso, por vezes idéias parecidas em partidos diferentes é até mesmo motivo para que uma coligação não ocorra, ou seja, eles disputariam nichos eleitorais muito semelhantes, e na luta pelo poder, isso os manteria em certa distância. Porém, não importa aqui discorrer sobre o porquê desta união não ter acontecido, nem mesmo importa fazer uma descrição objetiva do que são estes partidos, mas o que agora nos interessa é tecer alguns comentários sobre o que esta união representa no imaginário nacional, e num segundo momento, tecer algumas relações com os dramas atuais da política campista.
O PT e o PSDB, a despeito de inúmeros problemas de ambos, têm representado as versões mais próximas do que nós chamaríamos de partidos políticos modernos, neste caso, até arriscaria dizer que o PT se aproximaria mais que o PSDB. Ambos encontram seus núcleos originários no estado de São Paulo e devido a isso não escapam de incorporar a famosa tese de parte da sociologia paulista que nos conta que o Brasil precisa se “sãopaulizar” para vencer seus maiores problemas. Eles são vistos por boa parte da população como as forças modernizantes que lutariam contra o atraso nacional. Enfim, essa coligação aglutina a expectativa elaborada pela sociologia paulista de deixarmos todo o nosso “atraso” pra trás e caminharmos rumo ao “progresso” da modernidade (Sobre a dicotomia atraso e progresso ver nosso primeiro post). E também poderíamos dizer que essa união chegou a representar a possibilidade do feliz casamento entre a técnica administrativa moderna dos intelectuais — representado tanto pelo PT, mas sobretudo pelos intelectuais do PSDB — e o voluntarismo ético do PT.
E em Campos dos Goytacazes, município que tem sua auto-estima dilacerada pelo estigma do atraso, do tradicionalismo, provincianismo e etc também aventa a possibilidade de romper com seus problemas através dessa união de forças modernizantes; o velho sonho nacional chega a nossas terras com a possibilidade de uma coligação entre PT e PSDB. Assim como na expectativa nacional, em Campos também se apresenta ela como a possibilidade de rompimento com os laços políticos tradicionais, e fala de uma administração técnica e moderna dos nossos recursos. Ou seja, a possível coligação campista mobiliza sentimentos da mesma natureza que aqueles mobilizados por uma possível coligação nacional.
No entanto, nem no cenário nacional e muito menos no municipal campista esses partidos foram fiéis representantes dessas imagens que se criaram entorno deles. Mostraram-se eles muitas vezes de forma ambígua. Se por um lado o PSDB foi capaz de controlar a inflação e nos dar uma moeda estável, desse modo contornando problemas históricos do Brasil, fez também alianças espúrias com partidos que seriam chamados de fiéis representantes do “atraso” por muitos dos intelectuais do próprio PSDB. E no caso do PT, se por um lado além de demonstrar um bom desempenho na economia, tem combatido a desigualdade social (outro problema estrutural), viu sua aura ética escorrer por entre os dedos.
Já no caso de Campos a situação parece ser bem pior, não se encontra facilmente os pontos positivos como no cenário nacional. O PT de Campos mesmo representando um germe de forças alternativas para oxigenar a política no município, jamais conseguiu que esse germe se concretizasse. Na verdade, foi o PT de Campos sempre um conveniente aliado do “Muda Campos”. E o PSDB nunca conseguiu imprimir uma forte identidade partidária em Campos, sua figura de maior expressão eleitoral foi Paulo Feijó, que pela sua maneira de fazer política não se afina muito com a imagem modernizante que o PSDB quer passar. Em vista disso, que se pode esperar da “Terceira Via”?
A resposta para esta pergunta se encontra na própria ambigüidade destes partidos. Caso seja a “Terceira Via” apenas um rearranjo entre setores destes partidos (PT e PSDB) que mal saíram do pavoroso governo Mocaiber, muito provavelmente não podemos vislumbrar nada muito diferente do que já temos. Representam eles a não concretização dos aspectos esperados e positivos que estes partidos têm dentro si. Não falo isso apenas como uma projeção, mas sim baseado no que estes setores nos mostraram nos últimos anos. Por essa ambigüidade apresentam-se também outros setores minoritários nestes partidos em Campos com mais chances de se enquadrar no quadro de expectativas que essa coligação gera na população. Esses outros quadros de que falo se personalizam nas figuras de Sérgio Diniz (PSDB) e Roberto Moraes (PT). Ambos procuram vincular em torno de si a aura moderna que paira sobre seus partidos. Sérgio Diniz mostra-se com uma forte identificação partidária, — traço moderno da política muito raro nas terras campistas, alguns de nossos vereadores mal sabem o que significa a sigla de seus partidos — além de incorporar a noção da técnica devido suas atividades profissionais como sociólogo e professor. Roberto Moraes também apresenta a sua imagem como um administrador moderno, capaz de imprimir uma gestão técnica dos vastos recursos do município. Engenheiro e também professor, busca os traços petistas de se apresentar como um dialogador com setores chamados de base.
Porém, para serem dignos das expectativas geradas por essa possível coligação, estes segmentos representados por Sérgio Diniz e Roberto Moraes, precisam primeiro demonstrar que possuem um projeto realmente alternativo para a cidade, e segundo, se mostrarem capazes de cavar espaços dentro das batalhas sangrentas no interior de seus partidos.
O PT e o PSDB, a despeito de inúmeros problemas de ambos, têm representado as versões mais próximas do que nós chamaríamos de partidos políticos modernos, neste caso, até arriscaria dizer que o PT se aproximaria mais que o PSDB. Ambos encontram seus núcleos originários no estado de São Paulo e devido a isso não escapam de incorporar a famosa tese de parte da sociologia paulista que nos conta que o Brasil precisa se “sãopaulizar” para vencer seus maiores problemas. Eles são vistos por boa parte da população como as forças modernizantes que lutariam contra o atraso nacional. Enfim, essa coligação aglutina a expectativa elaborada pela sociologia paulista de deixarmos todo o nosso “atraso” pra trás e caminharmos rumo ao “progresso” da modernidade (Sobre a dicotomia atraso e progresso ver nosso primeiro post). E também poderíamos dizer que essa união chegou a representar a possibilidade do feliz casamento entre a técnica administrativa moderna dos intelectuais — representado tanto pelo PT, mas sobretudo pelos intelectuais do PSDB — e o voluntarismo ético do PT.
E em Campos dos Goytacazes, município que tem sua auto-estima dilacerada pelo estigma do atraso, do tradicionalismo, provincianismo e etc também aventa a possibilidade de romper com seus problemas através dessa união de forças modernizantes; o velho sonho nacional chega a nossas terras com a possibilidade de uma coligação entre PT e PSDB. Assim como na expectativa nacional, em Campos também se apresenta ela como a possibilidade de rompimento com os laços políticos tradicionais, e fala de uma administração técnica e moderna dos nossos recursos. Ou seja, a possível coligação campista mobiliza sentimentos da mesma natureza que aqueles mobilizados por uma possível coligação nacional.
No entanto, nem no cenário nacional e muito menos no municipal campista esses partidos foram fiéis representantes dessas imagens que se criaram entorno deles. Mostraram-se eles muitas vezes de forma ambígua. Se por um lado o PSDB foi capaz de controlar a inflação e nos dar uma moeda estável, desse modo contornando problemas históricos do Brasil, fez também alianças espúrias com partidos que seriam chamados de fiéis representantes do “atraso” por muitos dos intelectuais do próprio PSDB. E no caso do PT, se por um lado além de demonstrar um bom desempenho na economia, tem combatido a desigualdade social (outro problema estrutural), viu sua aura ética escorrer por entre os dedos.
Já no caso de Campos a situação parece ser bem pior, não se encontra facilmente os pontos positivos como no cenário nacional. O PT de Campos mesmo representando um germe de forças alternativas para oxigenar a política no município, jamais conseguiu que esse germe se concretizasse. Na verdade, foi o PT de Campos sempre um conveniente aliado do “Muda Campos”. E o PSDB nunca conseguiu imprimir uma forte identidade partidária em Campos, sua figura de maior expressão eleitoral foi Paulo Feijó, que pela sua maneira de fazer política não se afina muito com a imagem modernizante que o PSDB quer passar. Em vista disso, que se pode esperar da “Terceira Via”?
A resposta para esta pergunta se encontra na própria ambigüidade destes partidos. Caso seja a “Terceira Via” apenas um rearranjo entre setores destes partidos (PT e PSDB) que mal saíram do pavoroso governo Mocaiber, muito provavelmente não podemos vislumbrar nada muito diferente do que já temos. Representam eles a não concretização dos aspectos esperados e positivos que estes partidos têm dentro si. Não falo isso apenas como uma projeção, mas sim baseado no que estes setores nos mostraram nos últimos anos. Por essa ambigüidade apresentam-se também outros setores minoritários nestes partidos em Campos com mais chances de se enquadrar no quadro de expectativas que essa coligação gera na população. Esses outros quadros de que falo se personalizam nas figuras de Sérgio Diniz (PSDB) e Roberto Moraes (PT). Ambos procuram vincular em torno de si a aura moderna que paira sobre seus partidos. Sérgio Diniz mostra-se com uma forte identificação partidária, — traço moderno da política muito raro nas terras campistas, alguns de nossos vereadores mal sabem o que significa a sigla de seus partidos — além de incorporar a noção da técnica devido suas atividades profissionais como sociólogo e professor. Roberto Moraes também apresenta a sua imagem como um administrador moderno, capaz de imprimir uma gestão técnica dos vastos recursos do município. Engenheiro e também professor, busca os traços petistas de se apresentar como um dialogador com setores chamados de base.
Porém, para serem dignos das expectativas geradas por essa possível coligação, estes segmentos representados por Sérgio Diniz e Roberto Moraes, precisam primeiro demonstrar que possuem um projeto realmente alternativo para a cidade, e segundo, se mostrarem capazes de cavar espaços dentro das batalhas sangrentas no interior de seus partidos.
Por Brand Arenari
11 comentários:
Brand,
Se de fato, como vc tem postado anteriormente, o momento for de renovação em Campos, de mudança por conta da crise instalada, acho que uma outra questão a ser discutida é que isto abre possibilidades inéditas para os dois partidos e isto pode enfraquecer a aliança... Lembro-me (vagamente) da corrida para presidente em 89, era tanta a indeterminação em decorrência de um novo momento político que isto pulverizou as chances de coligação entre partidos tão próximos como PT e PDT, ou mesmo fez com que o PT dispensasse o apoio do PMDB no segundo turno. E nesta indeterminação, deu o que deu...
Abraço.
Bill, em nenhum momento eu digo que É um período de renovação, apenas falo que estas expectativas estão no ar, e no final do texto deixo bem claro que estas mudanças podem não acontecer, e sempre deixo uma dúvida em relação a isso. Quanto à questão das coligações, Tb falo no primeiro parágrafo que nem sempre idéias e interesses caminham juntos, por muitas vezes são um empecilho para uma coligação. Porém, em política não basta idéias parecidas para se ter uma coligação estável, interesses parecidos também são importantes. Por isso, por vezes idéias parecidas em partidos diferentes é até mesmo motivo para que uma coligação não ocorra, ou seja, eles disputariam nichos eleitorais muito semelhantes, e na luta pelo poder, isso os manteria em certa distância. O caso do PDT e PT ocorreu isso, embora aquela eleição de 89 tem suas particularidades. Acho que a maior delas era o que era o PT. Naquele momento o PT estava na transição entre movimento social e um partido político, o que atesta isso é que muitos no partido não queriam a democracia, mas sim a revolução. Esse era um dos motivos da rejeição em fazer certas alianças.
No caso de Campos a situação é diferente, PT e PSDB, mesmo vislumbrando uma brecha de alcançar o poder, são forcas minoritárias, eles sozinhos sempre preferiram se aliar com quem estava no poder do que enfrentá-los. Mas o que eles irão fazer agora não faço a menor idéia.
Abraco.
Digo mudança, renovação do quadro político, e as palavras são suas e do Vitor, em texto anterior:
"Esse novo panorama torna a eleição mais equilibrada, abre margem para a participação de grupos que nunca detiveram o apoio de alguma máquina estatal disputar a eleição com mais chances de ganho. Este é mais um dado que nos convence que uma fresta se abre para grupos políticos alternativos aos que tivemos nos últimos anos entrarem no páreo da disputa. Mas resta saber se há grupos alternativos prontos para essa disputa. É preciso mais do que homens de boa vontade."
Se isto não quer dizer renovação no quadro para as próximas eleições, não sei o que quer dizer. Quado falo de 89, falo de forma genérica, poderia ter falado de outros partidos: digo que o grau de incerteza em relação às próximas eleições pode modificar os arranjos políticos já que nenhum partido disparou nas preferências.
abraço.
Bill, mesmo na parte que vc cita, os termos sugerem possibilidades, e nao uma renovacao concreta. Mas acho q isso nao é o mais importante.
Abraco
Aos que me ensinaram a lidar com chatos,
Acho que o Brand expos duas questões fundamentais:
(a) o imbroglio entre os dois principais partidos nacionais entre si e dentro de si. Obvimente, uma aliança nacional não faz sentido (isso é salutar até mesmo para a Democracia, são partidos distintos com idéias distintas). Entretanto, na lógica local podem (assim eu leio) estar diante de um quadro em que possuem mais diferenças entre si e os adversários do que entre os dois partidos. Nessa acepção uma aliança seria viável ideologicamente, para além dos interesses eleitorais. Ou seja, os dois partidos têm um adverdário comum. Poder-se-ia objetar da seguinte forma: e o governo, repartiriam? Sim. O adversário não é somente eleitoral, eu diria. Por mais que tenham prioridades administrativas distintas, os problemas de Campos os unem. Governos deixam marcas, tanto é importante derrotar o governo eleitoralmente quanto derrubar suas marcas que se consideram negativas .
(b) a segunda questão, muito bem colocada, refere-se ao imbroglio intrapartidário. PT e PSDB são partidos que, por motivos distintos, possuem estruturas que foram capturadas pelo grupo do atual governo. Isso ainda não foi resolvido. Aqui não importa se serão Roberto Moraes e Sergio Diniz. Há de se enfrentar esse problema. Que não é menor! Não adianta ter 100.000 nas ruas gritando. Por mais que se faça pressão, há de se considerar a questão formal da democracia brasileira. Movimento que se auto-intitula "apartidário" não chega ao poder.
Enfim, o Brand expos duas das questões mais importantes da politica municipal. Isso não somente em Campos. Espero mostrar em breve o quanto é comum essa aliança, não somente com números de coligação entre os dois (isso já sabemos, já publiquei isso anteriormente, é alto nos pequenos municípios!). Quando se tem adversários como estes que se colocam a derrotar, a aliança é comum e ideologicamente justificável. Junte a isso a lógica intrapartidária. Suas duas lógicas que se auto-influenciam, interativas e, às vezes, sinérgicas. Por isso a comum confusão que os analistas fazem ao observá-las individualmente.
Abraços,
De certa forma, senhores, o pt e psdb em campos dos g. reproduzem os dilemas comuns aos partidos no interior do país...
a proximidade das pessoas, o não esgotamento, ou exacerbação da maturação capitalista, a influência dos centros maiores, etc. trazem problemas conhecidos...
pt e psdb, lógico, experimentaram esses dilemas à sua maneira...cada um "adaptou" sua vivência política de um jeito....
o pt na ausência de contraddições capitalistas clássicas que permitisse adesão sindical maciça que lhe desse estofo oscilou entre a construção de uma base social "comunitária" e o aparelhamento dos sindicatos de servidores públicos...
não esqueçamos uma tentativa, logo abortada, de aproximação com setores "progressistas" do clero local...devidamente extirpada pelo vaticano e pelas elites seculares...
como não poderia deixar de ser, os grupos que mais se destacarm na formação do pt foram, em primeiro momento professores, e depois os petroleiros...
esses últimos foram duramente atingidos durante o governo fhc, o que levou a um influxo de sua participação político-partidária, uma vez que o embate corporativo era primordial...
daí, no momento o qual se poderia fortalecer tais vínculos com a projeção da liderança petroleira (Antonio Carlos Rangel) houve uma ruptura...
as cicatrizes permanecem até hoje, e com o advento do governo lula, os petroleiros mais ativos politicamente foram recrutados a pavimentar a gestão federal na empresa...por competências laborais e afinidades políticas...
já o psdb nunca manteve uma "cara" partidária muito fiel aos seus próceres paulistas...o viés clientelista de sua principal liderança, Feijó, cunhou uma vida partidária pobre...
o psdb manteve-se restrito ao "teto" político de feijó, que sempre obteve algum sucesso nas eleições proporcionais, mas nunca se firmou como alternativa para gestão executiva na cidade...
o psdb detém hoje, senão a maior, uma das maiores bancadas da câmara de vereadores...
o cisma entre governistas e ex-governistas encerra a polêmica em torno do uso da máquina como instrumento de cooptação eleitoral...
a liderança mais "orgânica" do psdb, sérgio diniz, apresenta um perfil isolacionista, talvez herança de seu mandato "isolado" como oposicionista...
com o desembraque no psdb no governo, manteve-se isolado dentro do partido, e com um discurso neoudenista desqualifica toda a política que não acredita...
desse caldo de diferenças é que deverá ser "cozida" qualquer possibilidade de aliança, que pode ser terminada com a aproximação de zito e garotinho, outro elemento que nos escapou a análise...
o psdb de zito expressa uma desfiguração ainda mais acirrada da pobre imagem que o psdb construiiu no estado do rio...
veremos aonde podemos chegar.
Eu acho que quando Brand fala de que nao só idéias, mas interesses, definem o sucesso e a coerencia de uma aliança como essa, a questão que se põe é: que grupos sociais dão suporto aos dois partidos, e como seus interesses poderiam se conciliar nesta "terceira via" (nome horrível, alias!)
Quem vai votar neles?
Quem vai governar com eles?
Quem serão e qual o perfil do secretariado?
Roberto, quando escrevi, embora sabendo da importancia do que vc falou, foquei somente na lógica partidária. mas sua questao é fundamental, e pensar nela me deixa um pouco triste. . .
O aspecto central que queria conferir ao meu texto é a similaridade de expectativas que essa coligacao gera tanto no plano nacional como no municipal. E ainda falar sobre a possibilidade de o quadro que temos em Campos suprir essas expectativas.
Pois é brand, mas não podemos evitar essa tristesa. Sabemos que a lógica partidária obedece à dinâmica social dos interesses. Mas quando falamos dessa possível aliança, eu ainda penso naqueles setores surgidos no cefet, técnicos e intelectuais, e hoje também na uenf, que poderiam compor um governo de coalizão. Se o "estamento burocrático"(acho que esse termo pode ser usado sem referencia ao conceito de patrimonialismo) constitui de fato uma classe dominante no contexto local, alterar-lo nao é pouca coisa. Trata-se talvez de substituir uma pequena burguesia por quadros de classe média na administração municipal. Uma tentativa de minimizar o clientelismo poderia ser feita a partir da tomada do poder por setores novos. Só espero que eles existam ainda.
Roberto, vc sabe muito bem que eu tb penso nestes setores, nesta substituicao da qual vc falou. Mas tenho acompanhado os jornais, e fico muito desanimado. Parece que estes setores sao ainda muito pequenos, e isso tem me tornado triste. Os exércitos de Sauroman avancam quase sem barreiras.
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